O grupo Dalton surgiu das profundezas italianas, das cinzas de outra banda do final da década de 1960, também chamada Dalton, cujo estilo musical pouco se assemelha ao que é apresentado aqui. Dos músicos da década de 1960 - em que Mauro Pagani fazia parte, antes de integrar o PMF -, só restou o tecladista Temistocle Reduzzi, pra reformular a banda em 1973. Este novo grupo emergiu para apresentar uma nova proposta, notadamente muito mais grandiosa e inovadora , apresentando um estilo progressivo fantástico, repleto de influências claramente perceptíveis, entretanto esbanjando originalidade.
Das influências mais gritantes, podemos vivenciar momentos muito familiares de guitarra, flauta e teclado, que nos remetem a Zeppelin, Jethro Tull e New Trolls, respectivamente. Entretanto, tais referências são pontuais, ou seja, é uma obra dotada de originalidade, em que a genialidade da banda supera as expectativas.
É interessante a forma como se dá o amadurecimento do gosto por essa obra que, apesar de músicas relativamente curtas, é capaz de nos envolver nos pequenos detalhes da concepção em si, que vão desde cativantes arranjos instrumentais, passando pela harmonia impecável e por composições demasiadamente audaciosas, a melodias impregnadas de sensibilidade.
Ouvindo a obra de forma sequencial e ininterrupta, tem-se a sensação de unicidade, de continuidade, apesar das características singulares de cada faixa. Talvez até a intenção de Idea D''infinito, citada no título da obra, tenha uma ligação direta com essa questão, pois todas as faixas são interligadas, com exceção da terceira pra quarta música; o que é um dos pontos intrigantes do álbum. Há uma frase musical, que ocorre em quase todas as faixas, que também é algo bastante intrigante. Ela está no início e no final da segunda faixa, no início e no final da terceira, no final da quarta, no início e no final da quinta e no início da sexta e última faixa. É estranho, pois as faixas estão interligadas, mas a "ideia de infinito" parece que é interrompida em alguns momentos. Mas uma coisa é certa: a beleza da obra não tem limites.
01_ Dalton - Idea D_infinito
02_ Dalton - Stagione Che Muore
MÚSICAS: 1. Idea D'Infinito 2. Stagione Che Muore 3. Cara Emily 4. Riflessioni 5. Un Bambino, Un Uomo, Un Vecchio 6. Dimensione Lavoro MÚSICOS:
- Temistocle Reduzzi / piano, organ,mellotron, moog, synth and vocals - Aronne Cereda / acoustic and electric guitars, vocals - Rino Lamonta / bass guitar and vocals - Walter "Tati" Locatelli / drums and vocals - Alex Chiesa / flute and vocals
Único álbum dessa banda de hard rock com alguma influência de progressivo. Eu o enquadrei na lista de álbuns que possuem uma faixa que se destaca profundamente das restantes.
É um obra relativamente interessante, contendo composições interessantes com ótimos arranjos instrumentais, incluindo sax, flauta, clarinete, trompete, dentre outros, e um ótimo vocalista - recém saído de outra banda holandesa chamada Dragonfly, que lançou o ótimo álbum Celestial Dreams em 1968.
Entretanto, o grande trunfo do álbum fica a cargo da belíssima Sunset Eye, disparadamente a melhor, fazendo valer o álbum como peça indispensável em qualquer coleção. Parece que os caras concentraram toda energia para esta, que é a última faixa do álbum, pois é realmente uma raridade de tirar o fôlego e arrancar do ouvinte exclamações profundas.
Já na introdução, uma guitarra fazendo base e outra solando, logo em seguida, ainda na introdução, surge a fantástica base - que é o força propulsora de toda a faixa, composta de guitarra, baixo e bateria -, seguida de um solo de sax tenor. O vocal se apresenta de forma arrebatadora, com todo sua fúria e lirismo, sempre acompanhado do maravilhoso órgão hammond. Lá pelo meio da faixa, o vocal dá lugar a um lindo e inspiradíssimo solo de trompete, o que agrega muito mais beleza à esta música maravilhosa. O vocal assume novamente seu importante papel, até a chegada do alucinante solo de guitarra, com um timbre rasgado e de uma melodia encantadora. É um daqueles solos que merecem entrar para a galaria dos melhores de todos os tempos. Simplesmente entorpecedor! E a faixa ainda continua por mais algum tempo, com um belíssimo piano solando, soando de forma desproporcional diante daquela monumental base e magníficas viradas da batera.
08-sunset eye
MÚSICAS:
1-Rainmaker 2-Virgin 3-Say goodbye to your friends 4-God's children 5-Old black magic 6-Spanish roads 7-Lonesome tree 8-Sunset eye
MÚSICOS: John Caljouw: Vocals Francois Content: Trumpet Wim Warby: Tenor sax Maarten Beckers: Saxophone, flute, clarinet Hans Sel: Guitar Paul Vink: Keyboards Jan Warby: Bass guitar Jan Bliek: Drums
Acredito que Guilherme Arantes daria um bom estudo de caso para a psicologia - bem como tantos outros músicos brasileiros e estrangeiros -, pois por ter passado, voluntariamente, de grande músico, letrista e compositor do cenário nacional, para bestial contribuinte para a produção de lixo sonoro que promove a manutenção da miséria humana. Se bem que, em verdade, pouquíssimos músicos da década de 1970 mantiveram o nível de qualidade de outrora.
Confesso que tenho consciência de que estou sendo severo quanto à questão, pois sei que há uma infinidade de fatores que levam o artista a se vender, tais como: históricos, mercadológicos, econômicos e tendências políticas e culturais. Entendo perfeitamente que o artista acaba sendo pressionado a escolher acompanhar o estado das coisas ou então, manter suas paixões artísticas e correr o risco de cair no esquecimento - como aconteceu com tantos artistas ao longo da história.
O que está feito, está feito! Mas será que não poderia ser diferente? Praticamente do final da década de 1960 ao final da de 1970, na grande maioria dos casos, foram os artistas que definiram os movimentos culturais. Quando eles apresentavam suas ideias, a parcela mais intelectualizada da sociedade aprovava e aplaudia. A "grande massa" aceitava de bom grado, pois para esta - a parcela menos favorecida intelectualmente -, não importava se era ou não música de qualidade, desde que tocasse nas novelas e nas paradas das emissoras de rádio; eles só queriam que as músicas os fizessem balançar o esqueleto ou que tocassem seus corações, e quando eram muito complexas, eles descartavam. Enfim, o mercado absorvia o que os artistas ofereciam, e distribuía a todos. Havia música para todos os gostos, e, em sua grande maioria, com um mínimo de qualidade e de compromisso com a arte.
Infelizmente, no atual cenário musical - em que há uma intensa involução dessa arte -, fica fácil observar que a música de hoje não é mais feita para todos, como no passado. Hoje há prejudicados e beneficiados. O mercado, certamente, é o mais beneficiado. A grande massa é também beneficiada, pois o que não falta é produção de lixo sonoro descartável. De outra forma, ela também é prejudicada, mas a médio e longo prazo, pois há uma mudança de valores que é, em parte, causada por tanta coisa ruim, ou pela falta de conteúdo de qualidade. Por fim, os mais prejudicados são, sem sombra de dúvida, os amantes da música de qualidade. Parafraseando a mim mesmo, digo que esta parcela da sociedade está fadada a cavucar nos escombros do passado para conseguir algo consistente, pois não há quase nada sendo produzido pra ela.
A grande verdade disso tudo é que todos sairão prejudicados com esse abandono do compromisso com a qualidade, com essa ruptura com o modelo das décadas de ouro da música. Eu acredito que a arte é um dos fatores essenciais para a construção da essência social do homem. É angustiante pensar o que será dos jovens no futuro, com um presente saturado de miasmas oriundos da putrefação da arte musical.
Voltando ao passado, antes de falar do Moto Perpétuo, vou comentar a faixa Amanhã, do álbum Ronda Noturna, de 1977, que foi o segundo da carreira solo de Guilherme Arantes. Fico imaginando o impacto que essa música causou quando do seu lançamento. Confesso que imagino que seria impraticável seu lançamento hoje em dia, pois ela tem 7:39m e é repleta de ingredientes progressivos, de lirismo, de poesia. Uma música feita pra todos os gostos (daquela época). No minuto 4:03 finaliza tudo e começa um arranjo vocal que segue sem instrumentos, intercalando apenas com o silêncio, e assim vai por quase um minuto, até que surge um piano, e as vozes se fundem num coro inspirado, simultaneamente à eclosão do fantástico instrumental progressivo, com orquestra de cordas e uma guitarra alucinante, tudo numa progressão intensa, até o final. Música da mais alta qualidade e um dos grandes registros do progressivo. No entanto, até hoje, quando toca no rádio, não é na íntegra. Até mesmo nas coletâneas do autor, ela é cortada. (a faixa está no player abaixo para audição online)
Quanto ao Moto Perpétuo, eles lançaram dois álbuns: o homônimo, em 1974, e São Quixote, em 1981. O segundo álbum só teve a participação de Guilherme Arantes tocando teclados em algumas faixas, pois ele abandonara a banda em 1975, para começar sua bem sucedida carreira solo.
É um álbum com letras e composições de alta qualidade. Com instrumental impecável, os músicos dão corpo e espírito às músicas, com precisão e carisma, seguindo uma linha progressiva bem ao estilo da época. Baixo e bateria estão à altura das grandes bandas daquele período.
A maioria das músicas é relativamente curta, o que deixa a desejar um pouco, pois em decorrência disso, não se reserva espaço para solos pertinentes dos teclados, guitarras e violoncelo. O que é um tanto decepcionante, pois dá uma sensação de subtração, visto que as composições clamam por supostos belíssimos solos. No entanto, apesar de raros, os solos existentes são, de certa forma, compensadores, e a bela e afinada voz de Guilherme Arantes se encaixa perfeitamente ás estruturas das músicas, proporcionando uma agradável viagem sonora.
03 - Verde vertente
05 - Três e eu
_Amanhã _ Guilherme Arantes
MÚSICAS:
01 - Mal O Sol 02 - Conto Contigo 03 - Verde Vertente 04 - Matinal 05 - Três E Eu 06 - Não Reclamo Da Chuva 07 - Duas 08 - Sobe 09 - Seguir Viagem 10 - Os Jardins 11 - Turba
MÚSICOS:
Guilherme Arantes - keyboards, vocals Egydio Conde - guitar and vocals Burani Diogenes - percussion and voice Gerson Tatini - bass and vocals Claudio Lucci - acoustic guitar, cello, guitar and vocals LINK: http://www.mediafire.com/?59e5v6zkuv7i1zb
Belíssima raridade que só tinha sido lançada de forma independente, ficando perdida até o lançamento do CD em 2003. Ou seja, mais um daqueles casos que não se pode entender, pois trata-se de uma banda repleta de valores expressivos. Felizmente, mesmo independentes, permaneceram na estrada de 1969 até 1974, cujo resultado foi o registro de quatro álbuns, sendo este, o terceiro.
Michels Wolfganf é a grande figura que merece boa parcela dos créditos pela realização desse álbum, pois foi o mentor das composições, das letras e da produção. Esse cara é bastante cultuado em seu país, tanto por sua carreira solo quanto por sua participação ativa na banda. Ele é realmente uma figura fora da curva, detentor de uma aspereza poética, em suas letras, quando fala da guerra e de suas inquietações existencialistas.
As faixas do álbum são resultado de uma mistura de folk rock, progressivo, rithm'n blues e música psicodélica. Algumas faixas são combinações acústicas, em que flautas, pianos e violões desempenham um papel fundamental, somando na criatividade das composições.
Topical Barainforest é simplesmente fantástica! Música inteligente com vocal altamente inspirado e agradável. O instrumental é sensível e cativante, tendo a flauta e o piano como representantes da beleza, e a bateria desempenhando o papel de firmeza e precisão.
Creature Called Man segue a mesma linha de beleza cativante. Os vocais são inspiradíssimos no reforço dessa belíssima canção.
É muito gratificante saber que ainda há bandas totalmente originais, e fora do cotexto comercial e depreciador da atualidade. Muito satisfatório ouvir música de qualidade feita por músicos que tem a arte em primeiro plano.
02-Tropical Brainforest
04-Creature Called Man
MÚSICAS:
01. Welcome To The Madness - 0:33 02. Tropical Brainforest - 5:04 03. Who's The Sailor - 4:35 04. Creature Called Man - 5:28 05. Doing It - 3:28 06. The Carcrash - 7:48 07. That Singer Is Right - 2:50 08. Grey Sunday - 2:57 09. It's All Over - 4:21 10. Cry Out (Why Don't You Smile At Least) - 5:02-bônus 11. Chicago (Live 1972) - 13:02-bônus
MÚSICOS:
- Wolfgang Michels - lead & backing vocals, electric & acoustic guitar, producer - Klaus Kaufmann - piano - Hans-Jürgen "Jojo" Ludwig - drums, percussion, Spanish guitar (05) - Edgar Muschketat - mouth-organ, sound effects, percussion, backing vocals - Thomas Moench - flute
A impressão que tenho quando ouço esta obra, é que esse cara passou uma década inteira esmiuçando cada álbum das melhores bandas de progressivo, observou acorde por acorde de todos eles na intensão de delinear e projetar a melhor forma de se produzir algo o mais próximo da perfeição. Como eu disse, fica a impressão, pois a verdade é que tudo que está aqui é muito original, e é realmente perfeito. Luciano Basso compôs belíssimas músicas e decidiu que a apresentação delas deveria ser através do rock progressivo, e acertou em cheio, pois este estilo proporcionou-lhe as ferramentas necessárias para que ele desse vida à sua magnífica obra.
É um álbum de progressivo instrumental muito influenciado pela música clássica, em que Luciano Basso deixa sua marca mostrando-se um excelente instrumentista - acompanhado por um time de outros intrumentistas muito maduros - expressando toda sua nostalgia e melancolia em texturas incríveis com seus teclados.
Destaque para as duas últimas faixas, e para a primeira com uma guitarra a la Steve Hackett.
Quando ouvi este álbum pela primeira vez, foi algo surreal, eu não estava acreditando no que estava ouvindo; foi muito parecido com o que aconteceu quando ouvi, também pela primeira vez, o álbum Four Moments do Sebastian Hardie. Foram experiências maravilhosas que eu não tinha há décadas. Esses dois momentos me marcaram muito e, por isso, tenho um enorme prazer em compartilhar.
São momentos raríssimos proporcionados por obras de raridade proporcional. Fato que me traz à lembrança uma passagem de Schopenhauer, em que ele teorizava à cerca do ser humano, sugerindo que a felicidade seria apenas a interrupção temporária de um processo de infelicidade constante inerente ao ser humano; ou seja, esses momentos deixaram uma marca profunda em mim, fazendo com que eu sempre retorne a eles de forma saudosista.
Este filósofo foi fundador da idéia de que a música constitui um dos poucos e o mais expressivo meio capaz de propor a libertação do homem, face às mazelas da vida. Tais ideias acabariam por influenciar Nietzsche na concepção uma de suas melhores frases: "VIDA SEM MÚSICA É UM EQUÍVOCO". Tal influência também me atingiu, de forma que terminarei esta postagem com a seguinte frase: À CERCA DE MIM, POSSO AFIRMAR QUE PROGRESSIVO SEM VOCI E FOUR MOMENTS É COMO A MPB SEM CHICO BUARQUE.
Apresento mais uma daquelas raridades da década de 1970. Mais uma banda de um único e altamente magnífico álbum. Mais uma banda com talento extremado, e para nossa felicidade teve seu lançamento em CD em 2008 pelo selo Esoteric Cherry Red.
Há informações de que a banda participou de um concurso da Melody Maker e a premiação foi a gravação do álbum pela Decca. Assim surgiu Pre-Flight, um álbum recheado de criatividade e musicalidade, no melhor estilo para os amantes da boa música.
O desenvolvimento das idéias musicais permeia um misto de ambição e requinte, definidos numa estrutura de arranjos complexos e harmoniosos.
As fortes influéncias do jazz contribuem para um andamento diferenciado das faixas, em que as músicas tomam rumos diversificados, para um retorno magnífico a um único caminho bem definido. Mas, estas idas e vindas jazzísticas, além de não serem sufocantes, são colocadas em momentos muito pertinentes, e com maestria; ademais, o rock é predominante.
O blues surge de forma bastante significativa, e atige o ápice na segunda faixa, que é um sonsaço com incrível propriedade e perfeccionismo. Com instrumental impecável e vocal cheio de personalidade. Nesta faixa, a bateria é como raramente se encontra. É ajustada à estrutura da música com potência tão impressionante, que nos dá a impressão que as coisas vão desandar. Mas, pelo contrário, é definitivamente a força motriz que impulsiona um conjunto de qualidades exuberantes.
As influéncias da música sinfônica complementam as vibrantes viagens musicais, de forma extraordinária, com a participação especial de uma orquestra.
Também o progressivo passeia, vez ou outra, em algumas faixas, tornando-se muito mais notável na última, que é a maior e mais elaborada do álbum. Eu diria que, assim como com o Wishbone Ash, somos relativamente inclinados a enquadrá-los no universo progressivo devido à forma elaborada e complexa da estrutura das músicas. Entretanto, neste álbum, isto se torna ainda mais notável devido à inclusão da orquestra que atua magnificamente, em belíssimos momentos, com suas cordas e seus metais. Na última e grandiosa faixa, p. ex., somos surpreendidos com suaves e melódicas passagens da orquestra, intercalando com o peso da bateria, guitarras e baixo em uma atmosfera que lembra o estilo do Black Sabbath.
O vocal é sensacional. Jane Kevern desempenha um papel importantíssimo, com interpretação cuja sensibilidade a coloca entre as grandes cantoras do rock.
As duas guitarras desenrolam seus incríveis solos, uma em cada canal, sempre como se estivessem duelando. Os dois soam alucinantes.
A faixa Andromeda é uma pérola que marca profundamente, logo na primeira audição, devido a uma melodia de rara beleza, que fixa na memória e causa dependência. rs
A harmonia da banda transmite extrema maturidade. A atuação enérgica das guitarras e extrema precisão da bateria e do baixo, por vezes, nos remete à extraordinária performance do Wishbone Ash, e a faixa Big John Blues vai ainda mais longe na semelhança entre as duas bandas.
Enfim, trata-se de um belíssimo trabalho que explora o rock'n roll nas suas diversificadas possibilidades de fusão com outros estilos musicais. Uma obra interessantíssima, concebida em uma época que era propícia para músicos criativos, com vontade de fazer a diferença.
É o tipo de música elaborada com profundo conhecimento e sensibilidade, culminando num conjunto de qualidades impressionantes, que fazem deste grupo uma peça de colecionadores de diversos estilos musicais.
02 - Where Did I Go Wrong
05 - Andromeda
MÚSICAS:
1- Preflight
2- Where Did I Go Wrong
3- No Warmth In My Life
4- Big John Blues
5- Andromeda
6- War
7 -Cemetery Junction
MÚSICOS:
Steve Edge: guitarra base e solo
Chris Williams: guitarra solo
Bob Jenkins: bateria
Jane Kevern: vocal
Roy Putt: baixo
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: - Michael J. Hart - bass - Denis Nesbitt, Norman Jones - cello - Max Burwood, Tom Lister - viola - Brian Smith, Denis East, Eric Eden, Raymond Moseley - violin - Mo Miller - flugelhorn - Peter Hodge - trombone - John McLevy, Nigel Carter, Ray Hudson - trumpet - Richard Hartley - arranger, conductor - Mickey Clarke - producer
NOTA: lamentavelmente fui notificado por esta postagem. Portanto fui obrigado a remover os links e as imagens. Aconselho aos visitantes que encontrem outras fontes para adquirir esta obra prima..
Álbum de estreia do New Tlolls no mundo da música progressiva. Um fantástico tratado em nome da beleza da música, em que a banda introduziu arranjos sinfônicos com maestria, tendo por base uma extraordinária orquestração inspirada no estilo barroco, como um tônico para amplificar a beleza da música progressiva.
O requinte e a tamanha expressão dessa obra, revelam a ambição do projeto da banda, tonando-a uma peça rara da música progressiva. Poucas bandas se atreveram a tamanha audácia, e das que tentaram, pouquíssimas foram tão felizes, ao ponto de realizar uma obra prima dessa magnitude, em que a música clássica se funde ao rock, ou vice-versa, de forma a culminar na mais bela expressão da arte musical.
O álbum é dividido em cinco faixas, sendo que as quatro primeiras compõem um Concerto Grosso - típico concerto da era barroca, dividido em quatro movimentos. Haendel e Albinoni são compositores exemplares exponentes deste tipo de concerto.
A quarta faixa, apesar de retomar o tema vocal e melódico das duas anteriores, não conta com a utilização da orquestra. Bela homenagem a Hendrix.
A última faixa é uma longa improvisação, em que os músicos mostram uma rica apresentação de seus talentos.
Não posso destacar uma única faixa, porém apontarei a segunda (Adagio) pelo grande alcance da linha melódica da orquestração combinada à excelência da guitarra. Uma melodia celestial da orquestração percorre a faixa produzindo efeito de satisfação plena. Todos os instrumentos são executados com maestria, entretanto, com a entrada da guitarra, temos a sensação de um anjo caído pedinte por clemência, como quem recorre as forças divinas, agonizando e implorando perdão. Instantes fantásticos e alucinantes são produzidos com a combinação da orquestração e da bateria ancorando o entorpecedor solo da guitarra.
MÚSICAS:
1. 1° tempo: Allegro - 2:13 2. 2° tempo: Adagio (Shadows) - 4:48 3. 3° tempo: Cadenza – Andante con moto - 4:07 4. 4° tempo: Shadows (per Jimi Hendrix) - 5:27 5. Nella sala vuota, improvvisazioni dei New Trolls registrate in diretta - 20:24
MÚSICOS:
- Maurizio Salvi - piano, organ - Vittorio De Scalzi - guitar - Nico Di Palo - guitar, lead vocals - Gianni Belleno - drums, vocals - Frank Laugelli - bass (Rhodes)
New Trolls é uma experiente banda de origem italiana.Surgiu ainda na década de 1960, com a união de cinco excelentes músicos.
Este é o sexto álbum da banda, porém, a título de curiosidade e de confusão, foi o primeiro e álbum da banda intitulada N.T. Atomic System. Há registro deste álbum como sendo do New Trolls, com o título Una Notte Sul Monte Calvo, que é o nome de uma das faixas.
É um álbum de composições de sobriedade ímpar, cujas melodias são dotadas de refinamento e beleza indiscutíveis. Para completar o conjunto, os arranjos configuram grandeza à arte da música progressiva.
Os músicos, com experiência notória, esbanjam capacidade técnica com alta dose de sensibilidade e criatividade. Os destaques vão para todos eles. Os teclados representam um papel fundamental. A orquestração também. A guitarra, magnífica, também. O baixo e a flauta também. Os vocais também... A bateria, também, e acrescento que sem ela tudo seria como uma belíssima paisagem representada sem cores.
Destaco, também, o arranjador desta pérola. Sua capacidade de arregimentação pode ser comparada, eu diria,, a um pastor de ovelhas, que orienta todas a um objetivo único, nesse caso, a beleza extrema. Visa uma vontade coletiva que suplanta as vontades individuais, mas mantém a liberdade de expressão de cada músico.
O álbum é repleto de melodias formidáveis, cujo ápice eclode em duas faixas: Tornare a Credere e Quando L'Erba Vestiva La Terra. São melodias indescritíveis, dotadas de lirismo exacerbado, tanto nos vocais quanto no instrumental.
Quando L'Erba Vestiva La Terra é uma rara pérola que exprime o máximo da música progressiva. A orquestração nos transporta por viagens inimagináveis. Um instrumental de tirar o fôlego, que nos leva a afirmar que a música progressiva não tem limites em matéria de beleza. Uma guitarra soberba; flautas, teclados; baixo; tudo na mais perfeita harmonia. E a bateria, meus caros! Tudo! Várias das mais belas possibilidades de viradas fantásticas, proporcionadas pela técnica impecável de seu executor, mas, acima de tudo, pela excelência da mixagem que, aliás, é outro ponto fortíssimo do álbum.
Tornare a Credere tem melodia incansável e encantadora. Instrumental refinadíssimo, perfeitamente ajustado à proposta da música. O vocal principal e os auxiliares são de uma beleza entusiasmada que é típica da música cantada na língua italiana. A melodia vocal é algo tão encantador que me deixa sem palavras; forra da curva. Uma viagem encantadora e apaixonante. Progressivo de ponta. Pros apaixonados pelas baladas progressivas, como eu, esta música representa a síntese da arte musical. Sei quanta responsabilidade representa dizer isso, mas posso afirmar que é uma das mais belas músicas que já ouvi.
06-Quando L_Erba Vestiva La Terra.mp3
03-Tornare A Credere.mp3
MÚSICAS:
01. La Nuova Predica Di Padre O'Brien (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 02. Ho Visto Poi (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 03. Tornare A Credere (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 04. Una Notte Sul Monte Calvo (bonus, single 1973) (Modest Mussorgsky) 05. Ibernazione (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo, Renato Rosset) 06. Quando L'Erba Vestiva La Terra (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 07. Butterfly (Vittorio De Scalzi) -
MÚSIC0S:
- Vittorio De Scalzi - piano, lead guitar, ARP synthesizer, lead vocals - Renato Rosset - acoustic & electric piano, Hammond organ, Moog synthesizer, Mellotron - Giorgio Baiocco - tenor saxophone, flute - Giorgio D'Adamo - bass - Tullio De Piscopo - drums - Ramasandiran Somusundaran - percussion - Anna, Giulietta - chorus - Piero Darini - backing vocals (07) - Alberigo Crocetta - producer
Posso afirmar que há uma infinidade de álbuns fantásticos que constam de uma imensa fila de possíveis postagens deste blog; e posso, também, afirmar que não é das tarefas mais simples escolher um, dentre tantos. Junto a esta fila, consta outra, cujos álbuns, como este, possuem apenas uma faixa surpreendente que, no entanto, vale pelo todo.
Hoje eu apresento uma banda alemã, cujos vocais são em inglês, e acho válido ressaltar que tais vocais são, eu diria, um tanto exóticos, ou melhor, são estranhos mesmo. Não têm nada de extraordinário, mas são bastante intrigantes. Pra concluir, é dotado de uma rouquidão um tanto incomum e exagerada, mas que após algumas audições, somos tomados por certo encanto.
Não me alongarei muito a respeito do álbum, como um todo, pois o considero apenas razoável, no contexto da década de 1970. Sei que soa estranho o fato de eu dizer que o álbum é "apenas razoável", pois daria margem para a inevitável pergunta: por que a postagem de um álbum "apenas razoável" no Hofmannstoll? A reposta fica por conta da quinta faixa...
Get Away é a quinta faixa do álbum, e, notadamente, a grande pérola do Bullfrog. Para ser mais preciso, é o único e grandioso feito da banda; o que faz valer sua existência, cuja discografia resume-se a três álbuns: Bullfrog (1976), High in Spirit (1977) e Second Wind (1980). Após a adição desta faixa, busquei voluntarioso e esperançoso, nos referidos álbuns, alguma outra faixa que me chamasse tanto a atenção, mas foi em vão. Encontrei apenas algumas "razoáveis"; nada que se compare à grandiosidade de Get Away. A faixa é uma relíquia dotada de extraordinária inspiração, tanto vocal quanto instrumental. Apresenta um baixo incrivelmente encorpado, do início ao fim da faixa, com propriedade e grandeza. A bateria tem uma força fundamental na evolução da perfeição, culminando num dos pontos fortes desta pérola. Os teclados são responsáveis pelo apoio ao florescimento do fenômeno de inspiração melodiosa, que é perpetuado pela guitarra. As melodias são delineadas com perfeição, não somente pela execução fantástica da guitarra, mas, fundamentalmente, pela sensibilidade da interpretação de seu executor, que se reinventa a cada instante, numa progressão de sucessivos solos de beleza encantada, apoderando-se, com maestria, das grandes possibilidades de variações melódicas deste instrumento fantástico.
05-Get Away.mp3
MÚSICAS: 01. Movin' On 02. Bad Game 03. I Came From The Sky 04. I'm Comin' Home 05. Get Away 06. Desert Man
MÚSICOS: - Gerd Hoch - vocals - Sebastian Leitner - guitars - Harald Kaltenecker - keyboards - Vincent Trost - bass - Bruno Perosa - drums, percussion - Jane Palmer, Ute Hellermann - female backing vocals (01,05) - Conny Plank, Günter Körber - producers