O rock possui facetas incrivelmente variadas, caminhando por terrenos diversificados; misturas eletrizantes configuram um cenário apaixonante, principalmente no período que corresponde ao final da década de 1960, estendendo-se até ao final da década de 1970.
Eu e meu grande amigo "Cabelinho" esboçamos uma louca teoria para tentar entender este fértil período, traçando uma trajetória da história da música, englobando todos os estilos, mas tendo como foco o rock e a MPB. Tudo surgiu a partir da ideia de tentar entender como se deu o processo de enriquecimento da arte musical dessa fase de ouro, resultando no que nomeamos Projeto Hofmann & Stoll (o que inspirou o nome deste blog). Nosso grande amigo Diegão juntou-se a nós e começamos a formular os mais loucos possíveis motivos que teriam dado origem à tamanha criatividade aflorada dentre os artistas daquela época. Portanto, após inúmeras sugestões, focamo-nos em duas principais teorias:
- a primeira foi que Deus lançou no ar uma espécie de purpurina que contaminou os artistas do mundo todo com uma dose excessiva de criatividade, o que explicaria a grande quantidade de álbuns magníficos que surgiram durante todo o período;
- a segunda, foi que, se Deus não existe, então a causa mais provável teria sido uma porção mágica criada por Hofmann e Stoll, o LSD. Albert Hofmann e Arthur Stoll eram químicos suíços, que em 1938, sintetizaram o LSD para fins medicinais...e, a partir daí, creio que todos saibam o desfecho.
No decorrer deste período, surgiu essa banda sensacional que, sem dúvida alguma, foi totalmente tomada por tal magia, quer seja entorpecente ou divina.
Com estilo notadamente distinto dos dois primeiros álbuns, apresentando um hard rock, eu diria, mais ameno, um tanto mais sóbrio - sem, no entanto, perder a essência, a ousadia -, acertaram na veia, apresentando uma atmosfera mais melodiosa e apelando mais para músicas embebidas em refrões - sem que isso comprometesse a qualidade, pois nesse quesito eles eram magnificamente criativos. Esta mudança coincidiu com a entrada de um novo integrante no grupo, o genial e tremendamente melodioso guitarrista Michael Schenker (ex Scorpions).
Assim como os magníficos refrões, os solos de Schenker têm o dom tocar com a alma, o que lhe conferiu, além de tremenda versatilidade, incríveis toques de sensibilidade, com frases musicais que percorrem uma linha muito consistente e consciente; fato este, em que facilmente pode-se emprestar-lhe a designação de grande guitarrista.
Entretanto, na minha opinião, o grande nome da banda é o vocalista Phil Mogg. Este cara, além de belíssima voz, trazia em sua bagagem algo um tanto difícil de descrever, visto que é de ordem sentimental, portanto muito subjetivo. É como se sua voz, depois de gerada por vibrações das cordas vocais, passasse por uma espécie de catalisador que estimula, que confere algo além de um simples som agradável, além do cogniscível; é algo que sustenta rara beleza - independente do significado puro e simples da linguagem intelectual, cantada -, que transcende; é a personificação da linguagem sonora, que é universal, independente de significados diretos.
A literatura geral trata deste álbum, citando sempre as faixas Doctor Doctor e Rock Bottom como as principais, portanto, para expressar minhas considerações sobre a banda, sobre o vocalista, destaco as faixas Crystal Light e Queen Of The Deep, mas, por todo o álbum, creio que seja de fácil percepção. Ressalto que tudo parece depender do contexto que expus acima, ou seja, toda expressão de sensibilidade que se dá, de Michael Schenker, de Phil Mogg e de todo o conjunto, são em função do milagre sessenta setentista; sempre um em função do outro, dentro deste contexto; e repito: quer seja um milagre entorpecente ou divino. Ou não!
Eu e meu grande amigo "Cabelinho" esboçamos uma louca teoria para tentar entender este fértil período, traçando uma trajetória da história da música, englobando todos os estilos, mas tendo como foco o rock e a MPB. Tudo surgiu a partir da ideia de tentar entender como se deu o processo de enriquecimento da arte musical dessa fase de ouro, resultando no que nomeamos Projeto Hofmann & Stoll (o que inspirou o nome deste blog). Nosso grande amigo Diegão juntou-se a nós e começamos a formular os mais loucos possíveis motivos que teriam dado origem à tamanha criatividade aflorada dentre os artistas daquela época. Portanto, após inúmeras sugestões, focamo-nos em duas principais teorias:
- a primeira foi que Deus lançou no ar uma espécie de purpurina que contaminou os artistas do mundo todo com uma dose excessiva de criatividade, o que explicaria a grande quantidade de álbuns magníficos que surgiram durante todo o período;
- a segunda, foi que, se Deus não existe, então a causa mais provável teria sido uma porção mágica criada por Hofmann e Stoll, o LSD. Albert Hofmann e Arthur Stoll eram químicos suíços, que em 1938, sintetizaram o LSD para fins medicinais...e, a partir daí, creio que todos saibam o desfecho.
No decorrer deste período, surgiu essa banda sensacional que, sem dúvida alguma, foi totalmente tomada por tal magia, quer seja entorpecente ou divina.
Com estilo notadamente distinto dos dois primeiros álbuns, apresentando um hard rock, eu diria, mais ameno, um tanto mais sóbrio - sem, no entanto, perder a essência, a ousadia -, acertaram na veia, apresentando uma atmosfera mais melodiosa e apelando mais para músicas embebidas em refrões - sem que isso comprometesse a qualidade, pois nesse quesito eles eram magnificamente criativos. Esta mudança coincidiu com a entrada de um novo integrante no grupo, o genial e tremendamente melodioso guitarrista Michael Schenker (ex Scorpions).
Assim como os magníficos refrões, os solos de Schenker têm o dom tocar com a alma, o que lhe conferiu, além de tremenda versatilidade, incríveis toques de sensibilidade, com frases musicais que percorrem uma linha muito consistente e consciente; fato este, em que facilmente pode-se emprestar-lhe a designação de grande guitarrista.
Entretanto, na minha opinião, o grande nome da banda é o vocalista Phil Mogg. Este cara, além de belíssima voz, trazia em sua bagagem algo um tanto difícil de descrever, visto que é de ordem sentimental, portanto muito subjetivo. É como se sua voz, depois de gerada por vibrações das cordas vocais, passasse por uma espécie de catalisador que estimula, que confere algo além de um simples som agradável, além do cogniscível; é algo que sustenta rara beleza - independente do significado puro e simples da linguagem intelectual, cantada -, que transcende; é a personificação da linguagem sonora, que é universal, independente de significados diretos.
A literatura geral trata deste álbum, citando sempre as faixas Doctor Doctor e Rock Bottom como as principais, portanto, para expressar minhas considerações sobre a banda, sobre o vocalista, destaco as faixas Crystal Light e Queen Of The Deep, mas, por todo o álbum, creio que seja de fácil percepção. Ressalto que tudo parece depender do contexto que expus acima, ou seja, toda expressão de sensibilidade que se dá, de Michael Schenker, de Phil Mogg e de todo o conjunto, são em função do milagre sessenta setentista; sempre um em função do outro, dentro deste contexto; e repito: quer seja um milagre entorpecente ou divino. Ou não!
10-Queen of the Deep
MÚSICOS:
-Phil Mogg - Vocais
-Andy Parker - Bateria
-Michael Schenker - Guitarra
-Pete Way - Baixo
MÚSICAS:
1- Oh My
2- Crystal Light
3- Doctor Doctor
4- Space Child
5- Rock Bottom
6- Too Young To Know
7- Time On My Hand
8- Built For Comfort
9- Lipstick Traces
10- Queen of the Deep
LINK:
7 comentários:
Saudações Caríssimo Amigo Faustodevil!
Mais uma vez, aqui estou para manifestar minha profunda admiração e respeito pelos seus brilhantes e admiráveis textos.
É extremamente agradável e gratificante poder desfrutar de um texto absolutamente impecável, repleto de eloqüentes colocações e conclusões filosóficas e históricas sobre o período abordado.
Particularmente, por inúmeras vezes, já havia parado para pensar no assunto, mas infelizmente, não me ocorreu, em momento algum, a razão mais plausível. Para ser franco, sempre acreditei que a mencionada "explosão" de criatividade ocorrida naquele período, se devia exclusivamente a questões meramente comerciais. Maior divulgação, maiores oportunidades junto as gravadoras e por aí vai. Ao que parece, minha teoria terá de ser reformulada.
Sendo assim, sinto-me na obrigação de intrometer-me e manifestar-me favorável a segunda teoria. Pois esta atende e justifica, com excepcional rigor lógico, "o processo de enriquecimento da arte musical dessa fase de ouro". Parabéns meu amigo! Excelente observação. Excelente matéria sobre o UFO.
Longa vida ao Blog Hofmann&Stoll!
Um grande AbraçO!
Olá Fausto.
Não esqueçamos que já havia na natureza vários tipos de lubrificantes mentais, como o cogumelo.
Quanto a pensar sobre como isso tudo se deu na criação musical da decada de 70 principalmente, acho que temos que fazer uma reflêxão mais profunda, inclusive por tratar-se de músicos filhos de pessoas que vivenciaram a 2ª guerra. O mêdo, a moral, e os bons costumes estavam faziam parte das sociedades da época, e juntando a isso os experimentos com substâncias utilizadas por povos "primitivos" em seus rituais.
Havia em toda parte do ocidente, um pensamento, único, da paz e amor, da liberdade dos conceitos pré estabelecidos.
A criatividade musical teve grande exito nas bandas de rock progressivo, que surgiram as bacidas em muitos paises, era a música de viajem, com elementos do erudito e complexidade das formas, mas em muitos casos com muita harmonia.
O mundo vivenciou um momento impar, onde o humano pode sentir-se livre, mas que por responsabilidade deste mesmo humano, ou daqueles que quizeram fazer disso um meio lucrativo, não houve a expanção para as gerações futuras, e tudo ficou em um espaço de tempo, quase imaginário.
Um grande abraço.
POSTAGEM ORIGINAL DE 08/02/10.
Caríssimo amigo Mercenário,
Primeiramente, encontro-me sem palavras para expressar meu descaso com você. Estou envergonhado por não ter respondido a esse comentário; que foi postado há mais de um ano. É inaceitável. Confesso que não lembro se eu estava passando por algum período conturbado, quando deste comentário, pois seria a única explicação para minimizar minha culpa.
Espero que você possar perdoar minha falha imperdoável...
Quanto ao seu comentário, repito que é sempre um prazer enorme receber elogios vindos de alguém do seu nível.
Em meus textos, sempre tento manter certo nível de qualidade, e isso só se torna possível quando posso lançar mão de parâmetros cujas qualidades estejam acima da curva. E os seus textos, os do PROGRESSIVE DOWNLOADS, são o meu parâmetro, pode ter certeza.
Destarte, quero, mais uma vez, lhe agradecer, não só pelos elogios, mas pela sua atenção e pela qualidade do seu blog, que é um exemplo para mim, e para todos que queiram manter um blog de qualidade.
Um grande abraço, meu amigo (com um atraso de UM ANO E OITO MESES - é imperdoável)!!!
Faustodevil
Grande Sr do Vale,
Meu caro amigo, como já comentei com o Mercenário, quero que me perdoe por eu ter deixado passar em branco este seu comentário. Foi uma "puta" falta de elegância da minha parte...
Bicho, achi fantásticas suas colocações; nunca passou pela minha cabeça tais reflexões sobre o legado da Segunda Guerra como influência na música daquele período.
Pensei bastante a respeito, e concluí que suas colocações podem se enquadrar na primeira teoria. Em minha viagem de metáforas e devaneios, entendo desta forma porque tivemos outras guerras depois, tais como Vietnã e Coreia, e não se observa grandiosidades refletidas na música desses países. Então, segundo à primeira teoria, Deus teria jogado a "purpurina de criatividade" apenas para a geração dos filhos da Segunda Grande Guerra. Quanto besteirol... eheh!
Meu caro amigo, muito obrigado por suas considerações altamente dialéticas.
Um grande abraço!
Faustodevil
Caro Fausto,
Gostei das suas teorias, assim como as do Sr. do Valle. Mas, na minha mais q modesta e infame opinião, a incrível capacidade q tantos grupos oriundos da década de 70 tinham de criar belas melodias, é, simplesmente, uma questão de genialidade. Mesmo em gêneros musicais que detesto, há a presença de gênios, que conseguem cativar o público. E o gênero que observei muito, com atenção, foi o rock. E qual seria o "mistério" da criatividade dessas maravilhosas bandas dos anos 70, irem pro espaço? Pode ser q a esmagadora maioria dos músicos desta época desaprenderam a criar bons sons? A invasão do Punk tem a ver, é uma das respostas, mas não á a única, a meu ver. Será que doses excessivas de drogas, como LSD, corroíram suas mentes? Por que, no auge da criatividades, esses grupos gravavam belíssimos trabalhos anuais, para depois, gravarem de 8 em 8 anos, enfim, raramente, produzirem um disco, e quando faziam isso, eram trabalhos pífios? Quantas bandas mutiladas, muitas tendo apenas um integrante original... Quantas mudanças, troca- trocas... Lembram-se de John Wetton, Phil Collis e Patrick Moraz? Topavam qualquer parada, não?
Será tb que a idade pesou? Será q ao se tornarem milionários, optaram por cuidar de suas empresas?
Carecas, barrigudos, de cabelos brancos, um quarteto, q na década de 70, tocava suas músicas ao vivo, sem a inclusão de outros músicos, de anos pra cá, se torna octeto nos shows(ou até com mais de oito músicos no palco). E , nos bons tempos dos anos 70, jovens, de boa aparência e esbanjando criatividade, eles não riam, eram sérios, quando se apresentavam ao vivo. Hoje, os velhos roqueiros, decadentes, carecas, barrigudos, riem, zoam, nos shows. Será q isso é pq rico ri à toa? Pode ser q estejam tb rindo de nós, q lamentamos, até mesmo nos irritamos com a falta de criatividade atual, é como se os velhos roqueiros das bandas da década de 70, dissessem:
"Estamos velhos e sem criatividade, mas estamos ricos, e o público irritado conosco".
Olá Roderick,
Genial suas observações, meu caro. Esses babacas devem mesmo ficar rindo da nossa cara, enquanto contam seus milhões... ehehe
Creio que você tenha se identificado com a segunda teoria, pois, como você disse, havia a presença de gênios. Porém a genialidade desapareceu aos poucos, ou seja, o uso da "porção mágica" corroeu suas mentes eheh.
Por outro lado, tudo o que disse, também pode se enquadrar na primeira teoria, caso eu a reformule, trocando a figura de deus pela do chifrudo. Teria ele lançado a "purpurina" da criatividade, da genialidade, e depois cobrou o seu preço: a decadência de todos eles.
Tudo isso tem o lado bom e ruim pra gente. O bom é que fomos presenteados com tanta coisa magnífica daquele período. O ruim é que temos que amargar esse monte de lixo sonoro produzido desde o final desse período, infinitamente. Será?
Eu espero que surjam mais químicos loucos, para criar outras substâncias "mágicas", ou que surjam novos deuses ou demônios que criem novas ofertas, novos pactos; e assim, uma nova geração de gênios surgiria eheh...
Forte abraço!
Faustodevil
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