Tentarei, a partir desta, reiniciar meu trabalho de postagens neste blog. Não sem antes desculpar-me pelo longo período de abstinência. Por vezes, a vida nos leva por caminhos tortuosos, colocando-nos frente a escolhas bastante difíceis, em que temos que optar por deixar algumas coisas em segundo plano: planos, amigos, família, sonhos, valores, etc. Mas o que importa mesmo, é a verdadeira condição humana que nos faz perseverantes, tornando-nos valentes para que retomemos nossos laços e voltemos às nossas verdadeiras origens. Portanto, aqui estou de volta, apesar das inevitáveis vicissitudes da vida
Para meu retorno, trago KANDAHAR, uma joia da música belga, com seus dois magníficos primeiros álbuns: LONG LIVE THE SLICED HAM (1974) e IN THE COURT OF CATHERINA SQUEEZER (1975).
A banda apresenta uma interessante mistura de estilos musicais que variam entre jazz, rock, blues, soul e música sinfônica, culminando, por vezes, num fantástico progressivo sinfônico.
Temos variações de sons, cujo resultado soa de forma agradabilíssima, com textura requintada que define a competência da banda em suas escolhas sonoras, a partir de suas influências e sua criatividade, que se reflete no conjunto de qualidades que dão corpo e alma às obras em questão.
O primeiro álbum é dotado de uma competência impressionante nos arranjos, na execução dos instrumentos e na integridade das melodias .Na faixa intitulada EYES OF GLASS, fica bastante clara a veia progressiva da banda. A sensacional melodia é temperada com ingredientes sinfônicos do melhor estilo, com o acompanhamento avassalador do baixo, e com alucinante arranjo de bateria, com um timbre tão agradável, que eu diria que estragaria se se tentasse melhorar, .
Não muito diferente do primeiro, o segundo álbum também prima pela excelência na qualidade dos itens citados anteriormente. Apenas a bateria é um tanto, eu diria, menos vigorosa, mas sem que isso indique necessariamente uma queda na qualidade sonora. O referido álbum guarda uma pérola da música progressiva: THE DAY I CAME TO LIFE, com seus dezesseis minutos de uma belíssima peça progressiva; e sem excessivas improvisações e/ou embromações de viagens psicodélicas (como queiram) ainda existentes naquele período.
Eu não aplicaria a tradução literal de THE DAY I CAME TO LIFE para a minha vida neste momento, porém posso afirmar que esta música fez com que eu desse à luz uma força fundamental para meu retorno às publicações do HOFMANNSTOLL. As sucessões de acordes tremendamente bem delineados, e dotados de competência e compromisso com a qualidade musical, me impulsionaram a reatar o vigor outrora esquecido.
Enfim, EYES OF GLASS e THE DAY I CAME TO LIFE definem a banda KANDAHAR como uma relíquia da música progressiva.
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_____________ LONG LIVE THE SLICED HAM__________
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03_ Eyes Of Glass
MÚSICOS:
Arranged By - Jeff De Visscher , Karel Bogard
Backing Vocals [Additional] - Brussels Madrigal Singers, The , Dominique Dee (tracks: A3, A4, B4) , Nancy Dee (tracks: A3, A4, B4)
Bass, Vocals - Jean-Pierre Claeys
Congas [Additional] - Vinagre (tracks: A1, 1)
Cowbell [Additional] - André Goudbeek (tracks: B1)
Drums, Timpani, Cello, Tambourine, Vocals, Glockenspiel - Etienne Delaruye
Engineer [Recording] - Luc Derdin
Flute [Additional] - Kjell Henricson (tracks: B1)
Guiro, Vocals [Additional] - Vinagre (tracks: B1)
Guitar [Lead], Acoustic Guitar, Sitar, Vocals - Jeff De Visscher
Piano [Acoustic], Electric Piano, Organ, Synthesizer [A.r.p. Synthesizer "2701"], Synthesizer [Davoli], Celesta, Harmonica, Gong, Bells, Vocals - Karel Bogard
Producer, Mixed By - Kandahar
Saxophone [Alto & Tenor], Flute - Jacky Eddyn
Saxophone [Alto] [Additional] - André Goudbeek (tracks: B1, B3)
Trombone [Additional] - Clement Van Hove (tracks: A1 to A4, B4)
Trumpet [Additional] - Jan Desmet (tracks: A1 to A4, B4)
Written-By - J. De Visscher* , K. Bogard
MÚSICAS:
1-Down At The Finckle's
2-Eyes Of Glass
3-Outside Of Reality
4-Survivin' Boogie
5-The Walkin' Piles
6-The Hobbit
7-The Fancy Model
8-While She Flies Away
LINK:
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_____IN THE COURT OF CATHERINA SQUEEZER_____
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06 - The Day I Came To Life
MÚSICOS:
Backing Vocals – Johanna (tracks: B2), Patricia Maessen (tracks: B2)
Bariton-tenor-alto & Sopranosaxophone, Flute – Jacky Eddyn (tracks: All)
Bassguitar – Jean-Pierre Claeys (tracks: All)
Davoli Synthesizer – Felix Meerten (tracks: A1)
Drums, Cello, Marimba, Tambourine – Etienne Delaruye (tracks: All)
Electric & Accoustic Piano, Clavinet, Davoli Synth, Arp 2701 Synth, Vocals – Karel Bogard (tracks: All)
Leadguitar, Accoustic Guitar, Vocals – Jeff De Visscher (tracks: All)
Putney Synthesizer V.c.s.3. – Peter Beyls (tracks: B2)
Trombone – Clement Van Hove (tracks: All)
Trumpet – Guido Antonissen (tracks: All)
MÚSICAS:
1-Jungle Dreams
2-I'll Still Have My Soul
3-L's Mood
4-Song For Catherina
5-Lahti Jumps
6-The Day I Came To Life
LINK:
http://199.91.154.182/9huwakbmwl6g/3zjt3phs5ha4ouo/Kandahar-Long+Live+The+Sliced+Ham-1974.rar
14 comentários:
E voltou com força total, Fausto Devil, dando um show na resenha.
A vida costuma a nos reservar surpresas, momentos bem desagradáveis; temos que ter muita paciência, perseverança e, creio eu, sorte, para superarmos os problemas. Espero que vc esteja bem, meu caro.
Quanto á banda belga, tenho o primeiro, em mp3. Há tempos que eu não o escutava. Inclusive, baixei tanta coisa na internet, nestes 4 anos e meio, que muitos, mas muitos discos, eu não escutei direito, e esse do Kandahar, é um deles. Ontem , à noite, o escutei. O disco é bom, a banda é bem competente, mas o lado soul e o uso de metal, me aborrece um pouco.rs
Esse segundo tb tem muito metais?rs
Abraços
Grande Roderick,
Meu amigo, primeiro quero lhe agradecer pela participação e pelos elogios. É um prazer contar com seus comentários sempre tão pertinentes.
O segundo álbum também têm um pouco de soul e de metais, porém você não irá se arrepender de baixar. A terceira faixa é agradabilíssima, e a última, como enfatizei na resenha, é uma grandiosa peça do progressivo, cheia dos melhores ingredientes que este estilo pode proporcionar. Só esta faixa já faz valer pelo álbum inteiro. Pode acreditar.
Um grande abraço, meu velho!!!!
Faustodevil
Prezado Fausto Devil,
Depois q vc me respondeu, q olhei na ficha q vc colocou no post, q no disco tem metais. Foi mal...rs
Baixei e gostei. Eles são chegados mesmo em metais, mas criam um som bem agradável de se escutar e, até mesmo, com requintes de originalidade. Bem competente a banda.
A última faixa- belíssima- me fez lembrar um pouco "Atom Heart Mother", o q vc acha?
Muito obrigado!
Boa semana pra ti!
Saudações Roderick,
Que bom que você gostou, meu caro.
Realmente há uma atmosfera floydiana anunciada na linha dos metais da última faixa. Eu só omiti isso na resenha, para não criar expectativas. Também no primeiro álbum, mais precisamente na faixa Eyes of Glass, percebo certa alusão aos mestres do progressivo.
Você tem toda razão quanto à originalidade da banda.
Forte abraço!
Faustodevil
É, eles fazem lembrar um pouco o Pink Floyd mesmo. E acabei de escutar a faixa floydiana, desta vez com mais atenção. Sensacional!
Vc conhece os outros dois álbuns da banda?
Abraços
Tudo de bom!
Olá Roderick,
Conheço apenas a quinta faixa do Pictures (From the Past de 1978), e confesso que não me animou muito.
Quanto ao (Giant, Somewhere in Europe de 1991), não faço a menor questão, pois, pelo que sei, é péssimo.
Afinal, gostaria que me apontassem uma única obra - dos artistas que encantaram nas décadas de 1960 e 1970 - produzida após 1990, que apresente compromisso com qualidade musical; digo em todos os sentidos que consideramos como belo.
Forte abraço!
Faustodevil
Obrigado pela resposta.
O disco de 1991 deve ser fraco mesmo. As faixas são bem curtas e só tem dois integrantes originais.
Respondendo à sua pergunta, é raro qualidade musical apresentada nos anos 90, similar à q escutávamos na década de 70, no entanto , me lembrei do Le Orme e do Birth Control. A banda alemã parece q vive ainda nos anos 70: riffs poderosos de guitarra, orgão hammond, sintetizadores tipo moog, forte batido de bateria acústica, longos solos. Pena que produziram pouco. Quanto ao Le Orme, seu tecladista original não participou dos últimos discos, foi substituido por dois músicos, bem criativos, por sinal. Curiosamente, seu ótimo vocalista não estava mais na banda, no seu último trabalho, e o disco é bom. Agora, um detalhe: nos anos 70, eu adorava o trabalho de bateria do Le Orme. Pra mim, seu baterista era um dos melhores do mundo. Muito criativo, tanto na bateria, como na percussão. Porém, nestes últimos trabalhos do Le Orme, ele se tornou um músico comum.
Abraços!
O link para o "LONG LIVE THE SLICED HAM" redireciona para o "IN THE COURT OF CATHERINA SQUEEZER". Gostaria muito do outro álbum. Parabéns pela iniciativa :)
Primeiramente, parabéns pelo blog. Queria dizer que o link para o "LONG LIVE THE SLICED HAM" está me dando o arquivo do álbum "IN THE COURT OF CATHERINA SQUEEZER". Você teria como arrumar isso?
conferindo. pelo que ouvi das duas músicas que o blog disponibilizou o som é de qualidade. na melhor da proposta progressiva. gostei bastante do uso de instrumentos em Eyes of Glasses. tomara q todo o álbum seja assim. Por sua vez a música The Day I Came To Life é de fato uma jóia. A partir dos 7'44'' o solo tocado é bem parecido com o som das violas caipiras. Parabéns pela postagem. show de som!!
help! ao tentar baixar os 2 álbuns percebi que os dois links direcionam para o mesmo arquivo.
Saudações Nicolas,
Muito obrigado pelo elogio e pela participação.
Já disponibilizei um novo link para o primeiro álbum.
Forte abraço!
Faustodevil
Saudações Leofarias,
Obrigado pela participação e pelos elogios. É um grande prazer ter você participando mais uma vez. Valeu mesmo.
Espero não desapontá-lo, mas creio que a faixa Eyes of the Glass é realmente o que ha de melhor no primeiro álbum, porém, na minha opinião, o álbum é excelente.
Espero que goste, pois já providenciei um novo link. confira.
Forte abraço!
Faustodevil
POSTAGEM ORIGINAL DE 28\09\11.
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