NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MELLOW CANDLE-SWADDING SONGS-IRLANDA 1972




Mellow Candle é uma banda folk irlandesa que se perdeu no tempo e nas curvas do destino. Lançaram apenas este álbum em 1972, mas, ao que parece, houve outro lançamento com algumas faixas inéditas, porém não há como afirmar em função da pobreza de informações.
Apesar de ser rotulada como uma banda de folk, eles até que têm certa tendência progressiva na estrutura de algumas músicas; o que não era coisa muito incomum naqueles tempos, principalmente para as bandas deste estilo. O fato é que se observarmos bem, quase todas as bandas folk daquele período são enquadradas, pela maioria, no universo da música progressiva.
O álbum apresenta doze pequenas faixas, e apenas uma ultrapassa os cinco minutos. Quase todas têm arranjos instrumentais bastante agradáveis que, apesar de nada de extraordinário, é sinônimo de coesão e maturidade da banda. Os arranjos vocais também são muito interessantes, apresentando duas cantoras que dividem as atenções, cumprindo muito bem as suas funções. Elas cantam em couro a maioria das faixas, porém, numa agradável observação, percebe-se, em algumas faixas, que elas cantam em canais distintos, de forma que se diferencia muito bem a atuação de cada uma - a faixa 06 é um bom exemplo.
Podemos observar em várias bandas deste estilo, que- tendo-se em mente o avanço da década de 1970 - aquele folk raiz do final da década de 1960 foi dando espaço para uma música com influência mais notável do rock. Portanto com a banda Mellow Candle não foi diferente, apesar de que aqui, nota-se uma fuga ainda mais significativa das raízes do folk; sem que isso signifique ausência de qualidade, pois alguns elementos essenciais permanecem presentes.
Na minha opinião, a faixa Sheep Season é uma das mais belas, pois tem por base um arranjo extremamente maduro, desenvolvido com muita precisão dos instrumentos. No final da música há um instrumental relativamente longo e encantador, com uma rica e criteriosa harmonia.
Esta postagem é, principalmente, para os amantes do folk-rock e dos vocais femininos.


02-Swaddling Songs

09-By or Beware

11 - Lonely Man



LINK:
http://www.multiupload.com/P0OTY08QCV

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

FEITHFUL BREATH-FADING BEAUTY-ALEMANHA 1973


Deparamo-nos mais uma vez com o cenário progressivo alemão do início da década de 1970. Alguns exemplares magníficos já foram apresentados aqui no blog (Wallenstein, Pell mell, Haze, Jane, Frumpy, Twilight, dentre outros), entretanto ainda há muito para ser postado por mim, além de tantos outros que ainda desconheço. Enfim, a Alemanha foi, sem sombra de dúvida, um dos grandes berços de ouro da música de qualidade.
O presente álbum é mais uma das jóias raras da música progressiva alemã; é mais uma prova da qualidade impecável das bandas desconhecidas daquele movimento, cuja criatividade estava à altura das melhores bandas, do cenário progressivo mundial, que estavam expostas na pauta da mídia e dos críticos da época.
A banda apresenta um trabalho focado no progressivo sinfônico, com sensacionais passagens inebriantes, apresentadas em apenas três faixas longas: uma que pouco passa dos dez minutos, outra com doze, e a última com seus vinte e poucos.
A primeira faixa transporta-nos por uma atmosfera de sonhos de lindas paisagens, cuja sensibilidade das melodias belíssimas são conduzidas por um instrumental rico e harmonioso que dignifica a música progressiva, e nos faz crer que a música é a mais bela das artes, capaz de nos deixar em completo estado de êxtase, em magníficas e suaves passagens, com o típico toque de clima melancólico da época. O órgão e o mellotron, logo na introdução, colocam-nos em cheque em relação à qual dos dois são de mais intensa beleza. Logo em seguida surgem as magníficas guitarras "semi acústicas" de tamanha beleza e feeling. O baixo também é um destaque à parte; com desenvoltura marcante e melódica, ele funciona como uma espécie de percussão, ao bom estilo de Yes e Renaissance. A bateria é perfeitamente ajustada ao clima geral apresentado acima, sendo enérgica nos momentos precisos, e sutilmente criativa em todos os momentos exigidos.
A segunda faixa trilha também por sonhos e paisagens, possibilitando passagens igualmente magníficas. É incrível a capacidade que tiveram de lançar duas pérolas do mais alto nível; isto já valeria o álbum. Além dos ingredientes apresentados na primeira, nesta faixa eles acrescentam um magnífico piano, além de um belíssimo vocal feminino a solfejar belíssimas melodias. Um clássico!
A terceira e última faixa é uma suíte de quase vinte e dois minutos. Intensa e cheia de lirismo, é a única faixa que é cantada. São várias passagens belíssimas, com intensos sintetizadores, órgãos, guitarras e mellotrons, e algumas pequenas passagens acústicas.
Após este álbum, a banda gravou Back on My Hill, que iniciou-se em 1977 e teve seu lançamento em 1980. Um belo álbum, porém já não apresentavam o mesmo vigor de outrora. É notória a intenção um tanto comercial apresentada pelo grupo. Desta vez já não gravaram músicas instrumentais, e com bem menos inclinação progressiva. Porém, como dito acima, trata-se de um bom álbum. A faixa título é uma bela balada, com melodia bastante agradável. Julgament Day tem uma boa estrutura progressiva que preserva um pouco da essência do álbum anterior. Além da faixa título, temos Stick in Your Eyes e Die Mörderbiene (bônus) como faixas que fazem valer o álbum.
Após este lançamento, a banda seguiria para o estilo heavy metal, lançando alguns álbuns na década de 1980.

1. Autumn Fantasia: Fading Beauty


2. Autumn Fantasia: Lingering Cold

MÚSICAS:

1- Autumn Fantasia: Fading Beauty

2- Autumn Fantasia: Lingering Cold

3- Tharsis


MÚSICOS:

- Heinz Mikus / vocals, guitar
- Horst Stabenov / bass
- Manfred von Buttlar / keyboards
- Jurgen Weritz / drums
- Renate Heemann / backing vocals


LINK:
http://205.196.123.8/aaitoaddo5gg/4aojlk3k3l9gb4y/Faithful.Breath73.rar
ou
http://yadi.sk/d/njDZqcWl4D4bR

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MÚSICA BRASILEIRA-ZÉ GERALDO-TERCEIRO MUNDO-BRASIL 1979


06 - Promessas de um idiota às 6 da Manhã

Nascido em Minas Gerais na cidade de Rodeiro, Zé Geraldo destilava sua poesia cheia de alegorias, em músicas que passeiam pela simplicidade do
regional e se misturaa a complexos arranjos com base no rock. As canções
são enfeitadas com simbologias e orquestrações. É música de quem tem as
bases fincadas no solo interiorano das Gerais, mas que nem por isso
deixa de ter a cabeça nas questões políticas e sociais da humanidade.


Logo na primeira faixa já ouvimos a força de seus versos: / Saí de casa
muito cedo / Os trapos na minha sacola / Camisa bordada no bolso / Na
mão direita, a viola / Principiava o mês de junho / O sol cinzento
anunciava o inverno / O peito vazio de tudo / E a mala cheia de amor
materno. Daí, entra o magnífico e comovente refrão: / Meu companheiro /
Que sai de casa e na vida cai / Com a as cassetadas desses anos todos /
Eu fiquei mais velho que meu velho pai /.

A poesia flui na forma pura e límpida, porém forte e enérgica, quando
ele canta:
/ Dona que traz no semblante a expressão do meu verso / Dona
da força que altera um placar adverso / Dona do anti-projeto que traça
e define o meu ponto futuro / Dona da lei que abole a vergonha do muro
/ Oh Dona, que consegue fazer transbordar o meu peito com o ar puro da
serra /.

Ele também canta sua poesia pura e inocente, que compõe o seu ideal de um mundo
melhor, em Leilão de Rodeiro: /Uma cesta de afeto e ternura / Um balaio com muita
bondade
/ Um paiol com coragem e bravura / Um bom bocado de dignidade / Muita
gente nos dias de hoje anda precisando / Quem dá o lance primeiro? /
Não precisa correr, tá sobrando / Pra arrematar no Leilão de Rodeiro.

Com seu vocal rouco cheio de personalidade e energia, ele canta com
paixão e poesia: / Olá você que carrega nas costas o fardo pesado que a
estrada do tempo amarelou / Que anda nas ruas olhando pro chão / Sem
coragem de olhar o ancião que passou / Que deixou sua barba crescer / E
voltou a usar sua roupa surrada / Que pensou que era dono de tudo / E
hoje uma simples palavra te mostra que o saldo atual é nada... Depois,
num apelo de redenção ele canta: / Mas e dái, ô cara / Você tem que
saber / Que apesar de tudo que anda acontecendo por aí / Você ainda
pode ser lírico, romântico, poético / E ainda ouvir o barulho do trem
na hora do amor / Uma lata de cerveja bem gelada / Um hamburger em
plena madrugada... /.

A faixa Terceiro Mundo tem um refinado arranjo orquestrado como pano de
fundo para uma base rock balada, em que rasga seus versos de
protesto, com muita paixão e entusiasmo: / Mas como é cego e profundo /
Este Terceiro Mundo / Que deixa sem força, sem corda e sem jeito / Mas
que mistério profundo / Este Terceiro Mundo / Tão frio e incerto /
Metade da glória... / Minhas asas cortadas / A mente cansada / O corpo
sem força, sem corda e sem jeito.../.

Acrescentei a este álbum outras duas musicas; a saber: Como Diria Dylan, do álbum Estradas (1980) - um magnífico manifesto de liberdade, sob a influência do grande mestre Bob Dylan; e Milho aos Pombos, do álbum Zé Geraldo (1981) - um digno e emocionante protesto contra o nosso alheamento frente aos problemas do mundo.

Milho aos pombos

Milho aos Pombos

Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
Queimando pestanas, organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas
Preparando na surdina suas mortalhas
A cada conflito, mais escombros

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
O pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Uma nova corrida do ouro
O homem comprando da sociedade o seu papel
Quando mais alto o cargo, maior o rombo

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Eu dando milho aos pombos, no frio desse chão
Eu sei tanto quanto eles, se bater asas mais alto
Morro como gavião
Tiro ao homem, tiro ao pombo
Quanto mais alto voam, maior o tombo
Eu já nem sei o que mata mais
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Se chega alguém querendo consertar
Vem logo a ordem de cima:
Pega esse idiota e enterra
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo



Eu não poderia deixar de citar a faixa Cidadão, de autoria do grande Lúcio Barbosa,
que ganha ainda mais força na voz
e na interpretação comovente de Zé Geraldo. O poeta Lúcio a compôs em 1976 numa
homenagem a um tio que era um pedreiro que não conseguia realizar o
sonho da casa própria. É uma das mais belas expressões de protesto
contra as diferenças sociais, numa linguagem acessível, e de impacto
desconcertante. Um grandioso poema que retrata a realidade brasileira e,
certamente, de tantas partes do mundo:

vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Oio prá cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso oiar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...


vendo aquele colégio moço
Eu também trabaiei
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa, fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha fia inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a sêca castigava
Mas do pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...


vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabaiei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"


LINK:

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MORNING AFTER-BLUE BLOOD-INGLATERRA 1971


Morning After é uma banda obscura do final da década de 1970, que nos deixou apenas este álbum como registro. Uma gravação um tanto precária, mas com bastante feeling, principalmente os trabalhos de guitarra, que são muito intensos.
Tentarei discorrer algumas linhas sobre este álbum, falando basicamente de duas faixas:
A faixa As Before transmite algo que poucas músicas conseguem. Posso citar,como exemplo, Nights in White Satin, do The Mody Blues, With You There to Help Me, do Jethro e Epitaph, do King Crimson. O que eu consigo captar é um misto de tristeza e agonia. Percebo que é um conjunto de fatores que contribuem para esta atmosfera. O vocal transmite uma sensação de cansaço e angústia, trafegando por uma melodia cúmplice. O instrumental corrobora, com a presença de um baixo triste, e um instrumento que é capaz de amplificar significativamente qualquer sensação de tristeza e angústia, o órgão. Para fechar o caixão, surge um instrumental agressivo, por conta da eficiente bateria e da marcante melodia do baixo, e da guitarra tensa e belíssima, sempre acompanhada da melodia fúnebre do órgão. Há também a incidental presença do que parece ser uma flauta (talvez seja o órgão mesmo) que contribui magnificamente com rara beleza mortuária. Acredito que a qualidade da gravação do álbum, que resulta num som abafado, oriundo da prcária mixagem, também contribua para o clima angustiante e sombrio.
-A faixa That’s the Way It Goes também segue a linha sombria, não apenas por ser um daqueles blues arrastados, mas também por tratar-se de aparente propósito, pois também dispõe daquele tal instrumento citado acima, o órgão; e de uma forma sutil, sorrateira e contínua. O vocal já carrega constantemente esta atmosfera, demonstrando perfeitamente a natureza da alma do cantor. Entretanto, fica com a guitarra o sensacional papel de, não só de chamar para si a maior parte da responsabilidade do clima triste, como também o da extrema genialidade da faixa. Para os ouvidos mais atentos, não será muito difícil perceber a incrível harmonia da guitarra com a bateria, principalmente durante o solo que tem início a partir do minuto 2:49, mais ou menos. A guitarra é de uma sutileza singular, extremamente melódica e refinada. A bateria cumpre seu papel com incrível precisão e obediência, e sem cometer exageros.

O blues é a inspiração predominante no álbum. Percebe-se um flerte com o progressivo, além de um passeio pelos acordes de um clássico da música erudita. Vale à pena conferir para saber qual.


02 - As Before


07 - Thats The Way It Goes


MÚSICAS:

1. Trying To Find My Way Back Home
2. As Before
3. Gonna Make It
4. Lonesome Road
5. Crying Shame
6. Look At Life
7. Thats The Way It Goes
8. Travelling Man

MÚSICOS:

Norman Hume-vocal e guitarra

Malcolm Hume-bateria

Ian Stocks-baixo

John McCormi-tecladoss

LINK:
http://www.multiupload.com/E70RVPM7W0

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MÚSICA BRASILEIRA-FAGNER E BELCHIOR-SORO -AGUAPÉ 1978



Para mais uma homenagem à música brasileira, apresento a música AGUAPÉ. Composta por Belchior, e interpretada por ele mesmo e Raimundo Fagner.
Esta música integra o grande projeto intitulado SORO, que foi idealizado por Fagner. Ele reuniu um grande time de artistas para esta grande pérola da música brasileira. Dentre eles estão: Geraldo Azevedo, Ferreira gullart, Cirino, Fausto Nilo, Pedro Soler, Patativa do Assaré, Nonato Luiz, Ricardo Bezerra, Manassés, Dominguinhos, Brandão e Abel Silva.
O projeto incluiu, além do LP, um pacote com 37 encartes com diversas ilustrações e poemas que são uma raridade à parte.

Aguapé é uma música extremamente cativante, tanto na composição, bem como no arranjo bem elaborado e, principalmente, na interpretação dos dois artistas. A letra é um poema de inspiração grandiosa. É do tempo que os dois se entregavam de alma inteira. Um verdadeiro clássico da nossa música. Fagner toca nesta faixa, além de violão, o magnífico baixo.
Em anos inesquecíveis da minha vida, eu e meu grande amigo Almirão, catávamos, bêbados, esta música pelas ruas que passávamos, quando voltávamos das noitadas, e também a ouvíamos em todas as nossas reuniões de domingo, todos os domingos. Bons tempos!





06-Aguapé - Belchior e Fagner





Companheiro que passas pela estrada
Seguindo pelo rumo do sertão
Quando vires a casa abandonada
Deixe-a
dormir em paz
Na solidão

Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras no seio ao passar
Vai espantar o bando, o bando buliçoso
Das mariposas que lá vão pousar

Esta casa não tem lá fora
A casa não tem lá dentro
Três cadeiras de madeira
Uma sala a mesa ao centro

Esta casa não tem lá fora
A casa não tem lá dentro
Três cadeiras de madeira
Uma sala a mesa ao centro

Rio aberto barco solto
Pau d'arco florindo a porta

Sob o qual ainda há pouco
Eu enterrei a filha morta
Sob o qual ainda há pouco
Eu enterrei a filha morta

Aqui os mortos são bons
Pois não atrapalham nada
Pois não comem o pão dos vivos
E nem ocupam lugar na estrada
Pois não comem o pão dos vivos
E nem ocupam lugar na estrada

Nada
A velha sentada o ruído da renda
A menina sentada roendo a merenda


A velha sentada o ruído da renda
A menina sentada roendo a merenda


Nada, nada...
Aqui não acontece nada, não
Nada
Nada
Nada
Nada, absolutamente nada

E o aguapé lá na lagoa
Sobre a água
Nada e deixa a borda da canoa
Perfumada
É a chaminé à toa
De uma fábrica montada
Sob a água que fabrica
Este ar puro da alvorada


Nada...
Aqui não acontece nada, não

Nada não
Nada
Nada, nada, nada, nada, nada, nada

Aqui não acontece nada, não
Nada
Nada
Nada
Nada
Nada, absolutamente nada


FICHA TÉCNICA:

Direção Artística: Raimundo Fagner
Coordenação: Ivair Vila Real
Direção de Produção: Fagner
Técnicos: Manoel Eugênio, Helinho, Nei e Pedrinho
Estúdio: CBS (Rio de Janeiro)
Montagem: Alencar
Mixagem: Manoel
Capa: Januário Garcia, Art & Manha, Fausto Nilo
Fotos: Januário Garcia
Design: Art & Manha
Direção de Arte: Géu



MÚSICAS:

1 Estrela ferrada
(Cirino)
2 Quatro prantos
(Nonato Luiz)
3 Canção de crioulos
(Abel Silva)
4 Choro acadêmico
(Nonato Luiz)
5 Primeiros anos
(Ferreira Gullar)
6 Aguapé
(Belchior)
7 Vida sertaneja
(Patativa do Assaré)
8 Peteneras
(Folclore Flamengo)
9 Passarim de Assaré
(Fausto Nilo - Fagner)
10 To bach and powel
(Geraldo Azevedo)
11 Coração condenado
(Stélio Vale - Fausto Nilo - Gracho)

LINK:
http://www.mediafire.com/?15v351v8sawu6qc