NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

domingo, 19 de agosto de 2012

[REPOST] LUCIANO BASSO-VOCI-ITÁLIA 1976




A impressão que tenho quando ouço esta obra, é que esse cara passou uma década inteira esmiuçando cada álbum das melhores bandas de progressivo, observou acorde por acorde de todos eles na intensão de delinear e projetar a melhor forma de se produzir algo o mais próximo da perfeição. Como eu disse, fica a impressão, pois a verdade é que tudo que está aqui é muito original, e é realmente perfeito. Luciano Basso compôs belíssimas músicas e decidiu que a apresentação delas deveria ser através do rock progressivo, e acertou em cheio, pois este estilo proporcionou-lhe as ferramentas necessárias para que ele desse vida à sua magnífica obra.

É um álbum de progressivo instrumental muito influenciado pela música clássica, em que Luciano Basso deixa sua marca mostrando-se um excelente instrumentista - acompanhado por um time de outros intrumentistas muito maduros - expressando toda sua nostalgia e melancolia em texturas incríveis com seus teclados.
Destaque para as duas últimas faixas, e para a primeira com uma guitarra a la Steve Hackett.
Quando ouvi este álbum pela primeira vez, foi algo surreal, eu não estava acreditando no que estava ouvindo; foi muito parecido com o que aconteceu quando ouvi, também pela primeira vez, o álbum Four Moments do Sebastian Hardie. Foram experiências maravilhosas que eu não tinha há décadas. Esses dois momentos me marcaram muito e, por isso, tenho um enorme prazer em compartilhar.
São momentos raríssimos proporcionados por obras de raridade proporcional. Fato que me traz à lembrança uma passagem de Schopenhauer, em que ele teorizava à cerca do ser humano, sugerindo que a felicidade seria apenas a interrupção temporária de um processo de infelicidade constante inerente ao ser humano; ou seja, esses momentos deixaram uma marca profunda em mim, fazendo com que eu sempre retorne a eles de forma saudosista.
Este filósofo foi fundador da idéia de que a música constitui um dos poucos e o mais expressivo meio capaz de propor a libertação do homem, face às mazelas da vida. Tais ideias acabariam por influenciar Nietzsche na concepção uma de suas melhores frases: "VIDA SEM MÚSICA É UM EQUÍVOCO". Tal influência também me atingiu, de forma que terminarei esta postagem com a seguinte frase: À CERCA DE MIM, POSSO AFIRMAR QUE PROGRESSIVO SEM VOCI E FOUR MOMENTS É COMO A MPB SEM CHICO BUARQUE.

01 - Preludio

 04 - voci




MÚSICAS

1-Preludio (7:35)
2-Promenade I° (4:45)
3-Promenade II° (6:19)
4-Voci (10:52)
5-Echo (9:17)

MÚSICOS

Luciano Basso / piano, organ, mellotron, electric piano, harpsichord
Luigi Campalani / violin
Massimo Palma / cello
Mauro Pernotto / contra bass, electric bass
Michele Zorzi / guitar
Riccardo Da Par / drums

LINK:
http://199.91.152.112/nqi0pkxwtfmg/acl9579pbgimbz8/LucianoBasso-Voci.rar

sábado, 4 de agosto de 2012

[REPOST] ROOM-PRE-FLIGHT-INGLATERRA 1970



Apresento mais uma daquelas raridades da década de 1970. Mais uma banda de um único e altamente magnífico álbum. Mais uma banda com talento extremado, e para nossa felicidade teve seu lançamento em CD em 2008 pelo selo Esoteric Cherry Red.
Há informações de que a banda participou de um concurso da Melody Maker e a premiação foi a gravação do álbum pela Decca. Assim surgiu Pre-Flight, um álbum recheado de criatividade e musicalidade, no melhor estilo para os amantes da boa música.
O desenvolvimento das idéias musicais permeia um misto de ambição e requinte, definidos numa estrutura de arranjos complexos e harmoniosos.
As fortes influéncias do jazz contribuem para um andamento diferenciado das faixas, em que as músicas tomam rumos diversificados, para um retorno magnífico a um único caminho bem definido. Mas, estas idas e vindas jazzísticas, além de não serem sufocantes, são colocadas em momentos muito pertinentes, e com maestria; ademais, o rock é predominante.
O blues surge de forma bastante significativa, e atige o ápice na segunda faixa, que é um sonsaço com incrível propriedade e perfeccionismo. Com instrumental impecável e vocal cheio de personalidade. Nesta faixa, a bateria é como raramente se encontra. É ajustada à estrutura da música com potência tão impressionante, que nos dá a impressão que as coisas vão desandar. Mas, pelo contrário, é definitivamente a força motriz que impulsiona um conjunto de qualidades exuberantes.
As influéncias da música sinfônica complementam as vibrantes viagens musicais, de forma extraordinária, com a participação especial de uma orquestra.
Também o progressivo passeia, vez ou outra, em algumas faixas, tornando-se muito mais notável na última, que é a maior e mais elaborada do álbum. Eu diria que, assim como com o Wishbone Ash, somos relativamente inclinados a enquadrá-los no universo progressivo devido à forma elaborada e complexa da estrutura das músicas. Entretanto, neste álbum, isto se torna ainda mais notável devido à inclusão da orquestra que atua magnificamente, em belíssimos momentos, com suas cordas e seus metais. Na última e grandiosa faixa, p. ex., somos surpreendidos com suaves e melódicas passagens da orquestra, intercalando com o peso da bateria, guitarras e baixo em uma atmosfera que lembra o estilo do Black Sabbath.
O vocal é sensacional. Jane Kevern desempenha um papel importantíssimo, com interpretação cuja sensibilidade a coloca entre as grandes cantoras do rock.
As duas guitarras desenrolam seus incríveis solos, uma em cada canal, sempre como se estivessem duelando. Os dois soam alucinantes.
A faixa Andromeda é uma pérola que marca profundamente, logo na primeira audição, devido a uma melodia de rara beleza, que fixa na memória e causa dependência. rs
A harmonia da banda transmite extrema maturidade. A atuação enérgica das guitarras e extrema precisão da bateria e do baixo, por vezes, nos remete à extraordinária performance do Wishbone Ash, e a faixa Big John Blues vai ainda mais longe na semelhança entre as duas bandas.
Enfim, trata-se de um belíssimo trabalho que explora o rock'n roll nas suas diversificadas possibilidades de fusão com outros estilos musicais. Uma obra interessantíssima, concebida em uma época que era propícia para músicos criativos, com vontade de fazer a diferença.
É o tipo de música elaborada com profundo conhecimento e sensibilidade, culminando num conjunto de qualidades impressionantes, que fazem deste grupo uma peça de colecionadores de diversos estilos musicais.

02 - Where Did I Go Wrong

05 - Andromeda 



MÚSICAS:

1- Preflight
2- Where Did I Go Wrong
3- No Warmth In My Life
4- Big John Blues
5- Andromeda
6- War
7 -Cemetery Junction

MÚSICOS:

Steve Edge: guitarra base e solo

Chris Williams: guitarra solo

Bob Jenkins: bateria

Jane Kevern: vocal

Roy Putt: baixo


PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

- Michael J. Hart - bass
- Denis Nesbitt, Norman Jones - cello
- Max Burwood, Tom Lister - viola
- Brian Smith, Denis East, Eric Eden, Raymond Moseley - violin
- Mo Miller - flugelhorn
- Peter Hodge - trombone
- John McLevy, Nigel Carter, Ray Hudson - trumpet
- Richard Hartley - arranger, conductor
- Mickey Clarke - producer

LINK:
http://205.196.121.212/a3hbatu3o1sg/7kfomku6bp7kvc6/Room1970.rar