NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sábado, 30 de junho de 2012

NEW TROLLS-N.T. ATOMIC SYSTEM-ITÁLIA 1973




New Trolls é uma experiente banda de origem italiana.Surgiu ainda na década de 1960, com a união de cinco excelentes músicos.
Este é o sexto álbum da banda, porém, a título de curiosidade e de confusão, foi o primeiro e álbum da banda intitulada N.T. Atomic System. Há registro deste álbum como sendo do New Trolls, com o título Una Notte Sul Monte Calvo, que é o nome de uma das faixas.
É um álbum de composições de sobriedade ímpar, cujas melodias são dotadas de refinamento e beleza indiscutíveis. Para completar o conjunto, os arranjos configuram grandeza à arte da música progressiva.
Os músicos, com experiência notória, esbanjam capacidade técnica com alta dose de sensibilidade e criatividade. Os destaques vão para todos eles. Os teclados representam um papel fundamental. A orquestração também. A guitarra, magnífica, também. O baixo e a flauta também. Os vocais também... A bateria, também, e acrescento que sem ela tudo seria como uma belíssima paisagem representada sem cores.
Destaco, também, o arranjador desta pérola. Sua capacidade de arregimentação pode ser comparada, eu diria,, a um pastor de ovelhas, que orienta todas a um objetivo único, nesse caso, a beleza extrema. Visa uma vontade coletiva que suplanta as vontades individuais, mas mantém a liberdade de expressão de cada músico.
O álbum é repleto de melodias formidáveis, cujo ápice eclode em duas faixas: Tornare a Credere e Quando L'Erba Vestiva La Terra. São melodias indescritíveis, dotadas de lirismo exacerbado, tanto nos vocais quanto no instrumental.
Quando L'Erba Vestiva La Terra é uma rara pérola que exprime o máximo da música progressiva. A orquestração nos transporta por viagens inimagináveis. Um instrumental de tirar o fôlego, que nos leva a afirmar que a música progressiva não tem limites em matéria de beleza. Uma guitarra soberba; flautas, teclados; baixo; tudo na mais perfeita harmonia. E a bateria, meus caros! Tudo! Várias das mais belas possibilidades de viradas fantásticas, proporcionadas pela técnica impecável de seu executor, mas, acima de tudo, pela excelência da mixagem que, aliás, é outro ponto fortíssimo do álbum.
Tornare a Credere tem melodia incansável e encantadora. Instrumental refinadíssimo, perfeitamente ajustado à proposta da música.  O vocal principal e os auxiliares são de uma beleza entusiasmada que é típica da música cantada na língua italiana. A melodia vocal é algo tão encantador que me deixa sem palavras; forra da curva. Uma viagem encantadora e apaixonante. Progressivo de ponta. Pros apaixonados pelas baladas progressivas, como eu, esta música representa a síntese da arte musical. Sei quanta responsabilidade representa  dizer isso, mas posso afirmar que é uma das mais belas músicas que já ouvi.


06-Quando L_Erba Vestiva La Terra.mp3

03-Tornare A Credere.mp3


MÚSICAS:


01. La Nuova Predica Di Padre O'Brien (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 
02. Ho Visto Poi (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 
03. Tornare A Credere (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 
04. Una Notte Sul Monte Calvo (bonus, single 1973) (Modest Mussorgsky) 
05. Ibernazione (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo, Renato Rosset) 
06. Quando L'Erba Vestiva La Terra (Vittorio De Scalzi, Giorgio D'Adamo) 
07. Butterfly (Vittorio De Scalzi) -

MÚSIC0S:

- Vittorio De Scalzi - piano, lead guitar, ARP synthesizer, lead vocals
- Renato Rosset - acoustic & electric piano, Hammond organ, Moog synthesizer, Mellotron
- Giorgio Baiocco - tenor saxophone, flute
- Giorgio D'Adamo - bass
- Tullio De Piscopo - drums
- Ramasandiran Somusundaran - percussion
- Anna, Giulietta - chorus
- Piero Darini - backing vocals (07)
- Alberigo Crocetta - producer

sexta-feira, 8 de junho de 2012

BULLFROG-BULLFROG-ALEMANHA 1976




Posso afirmar que há uma infinidade de álbuns fantásticos que constam de uma imensa fila de possíveis postagens deste blog; e posso, também, afirmar que não é das tarefas mais simples escolher um, dentre tantos. Junto a esta fila, consta outra, cujos álbuns, como este, possuem apenas uma faixa surpreendente que, no entanto, vale pelo todo. 
Hoje eu apresento uma banda alemã, cujos vocais são em inglês, e acho válido ressaltar que tais vocais são, eu diria, um tanto exóticos, ou melhor, são estranhos mesmo. Não têm nada de extraordinário, mas são bastante intrigantes. Pra concluir, é dotado de uma rouquidão um tanto incomum e exagerada, mas que após algumas audições, somos tomados por certo encanto.
Não me alongarei muito a respeito do álbum, como um todo, pois o considero apenas razoável, no contexto da década de 1970. Sei que soa estranho o fato de eu dizer que o álbum é "apenas razoável", pois daria margem para a inevitável pergunta: por que a postagem de um álbum "apenas razoável" no Hofmannstoll?  A reposta fica por conta da quinta faixa...
Get Away é a quinta faixa do álbum, e, notadamente, a grande pérola do Bullfrog. Para ser mais preciso, é o único e grandioso feito da banda; o que faz valer sua existência, cuja discografia resume-se a três álbuns: Bullfrog (1976), High in Spirit (1977) e Second Wind (1980).  Após a adição desta faixa, busquei voluntarioso e esperançoso, nos referidos álbuns, alguma outra faixa que me chamasse tanto a atenção, mas foi em vão. Encontrei apenas algumas "razoáveis"; nada que se compare à grandiosidade de Get Away.
A faixa é uma relíquia dotada de extraordinária inspiração, tanto vocal quanto instrumental. Apresenta um baixo incrivelmente encorpado, do início ao fim da faixa, com propriedade e grandeza. A bateria tem uma força fundamental na evolução da perfeição, culminando num dos pontos fortes desta pérola. Os teclados são responsáveis pelo apoio  ao florescimento do fenômeno de inspiração melodiosa, que é perpetuado pela guitarra. As melodias são delineadas com perfeição, não somente pela execução fantástica da guitarra, mas, fundamentalmente, pela sensibilidade da interpretação de seu executor, que se reinventa a cada instante, numa progressão de sucessivos solos de beleza encantada, apoderando-se, com maestria, das grandes possibilidades de variações melódicas deste instrumento fantástico.




05-Get Away.mp3


MÚSICAS:

01. Movin' On 

02. Bad Game 
03. I Came From The Sky 
04. I'm Comin' Home 
05. Get Away 
06. Desert Man 


MÚSICOS:

- Gerd Hoch - vocals

- Sebastian Leitner - guitars
- Harald Kaltenecker - keyboards
- Vincent Trost - bass
- Bruno Perosa - drums, percussion
- Jane Palmer, Ute Hellermann - female backing vocals (01,05)
- Conny Plank, Günter Körber - producers


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