NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sexta-feira, 5 de março de 2010

SABICAS WITH JOE BECK-ROCK ENCOUTER-ESPANHA/USA? 19??




Há muito, venho tentando apresentar este álbum com informações conclusivas sobre os músicos envolvidos e sobre este encontro magnífico. Devo confessar meu fracasso e, também, minha impotência, pois não consigo encontrar praticamente nada neste mundo de informações que nos é proporcionado pela internet.
As informações que consigo, revelam que este álbum foi concebido a partir de um encontro entre
Sabicas (Espanha-guitarra flamenca) e Joe Beck (USA-guitarra elétrica), incluindo também Donald Mac Donald (bateria), Warren Bernhardt (teclados) e Tony Levin (baixo), este último, já tocou com Peter Gabriel e King Crimson.
O que mais me chocou no fato de eu não conseguir mais informações relevantes, é a data informada para tal encontro, 1966. Confesso que ignoro a trajetória dos dois principais músicos envolvidos, porém sinto-me na obrigação de discordar - até que me provem o contrário -, pois se assim for, este grupo de músicos seria, por exemplo, precursor do estilo progressivo, em detrimento de grupos como The Moody Blues ou Pink Floyd, e até mesmo, do estilo de rock inglês como o do Zeppelin. Na minha "arriscada" ignorante opinião, este álbum não teria sido concebido antes de 1970."Ou não!"
Controvérsias à parte, eis um álbum instrumental maravilhoso de"rock/jazz/progressivo/flamenco"; enfim, um álbum com os elementos mais essenciais para se configurar como pérola da música de qualidade. Com arranjos impecáveis, harmonia na veia e melodias incríveis, e a qualidade dos músicos é indiscutível.
Recomendo por ser um dos melhores álbuns de música instrumental que já ouvi.


MÚSICAS:

Inca Song(5:15)
Joe's Tune(3:49)
Zambra(4:02)
Zapateado(9:38)
Handclaps(0:31)
Flamenco Rock(6:13)
Bulerias(7:25)
Farruca(4:45)
MÚSICOS:

Sabicas - Guitarra Española
Joe Beck - Guitarra Eléctrica
Tony Levin - Baixo
Donald McDonald - Batería
Warren Bernhardt - Teclados

LINK:

RADIOHEAD-AMNESIAC-INGLATERRA 2001



Dos abismos lamacentos da alma, onde reside toda amargura que um ser humano pode ter, surgiu Amnesiac, quinto álbum da genial banda Radiohead.
Amnesiac veio como um martelo gigante esmagador para encerrar a dúvida que pairava no ar, em que todos indagavam em que direção iria a banda após sucessivos lançamentos de ótima qualidade, principalmente tão pouco tempo após Ok computer, considerado pela maioria como sua obra prima e colocado pela crítica como um dos melhores discos de rock de todos os tempos.
Quando a maioria pensava que o Radiohead tinha esgotado todas as possibilidades, veio a surpresa, lançaram esta pérola, superando as expectativas, no auge da criatividade. Um álbum de facetas diversas e repleto de cores, mas cores em tons extremamente sombrios. Um álbum de vanguarda.
Para os que pensam o Radiohead como apenas uma "bandinha", posso garantir que é um equívoco, pois trata-se de um grupo que apresenta uma proposta musical ímpar, legítima. E este álbum está fora de contexto comercial, muito pelo contrário, eles apostaram em uma fórmula até um tanto perigosa, pois a sonoridade é bastante hermética, extremamente sombria, e até algo muito próximo à morbidez.
No ápice da loucura e da dor, da criatividade e da genialidade, eles apresentam algumas faixas de rara beleza e muito representativas que colocam o Radiohead no patamar da genialidade. A faixa Pyramidi song dá a impressão de um pássaro alvejado caindo do topo de imenso penhasco de rochas cortantes, com seus gritos ecoando toda sua dor, através da voz de Thom Yorke, envolvida numa sinistra e sufocante orquestração e magnífica guitarra, encimadas pela belíssima bateria estranha e descompassada. É um clássico que nos remete às profundezas funestas, vazias e espinhentas da alma (é o tipo de música para se ouvir caso pense em suicídio...rs rs).
Life in a glass house, eu diria que foi extraída diretamente do limbo da alma para a voz de Thom Yorke, é como uma expressão Dostoievski Nietzscheana que ecoa por entre os acordes numa convulsão rítmica, engrandecida pela banda do
veterano Humphrey Lyttelton (composta de trompete, trombone e clarinete) - (segundo o guitarrista Jonny Greenwood , sem ele esta música não seria possível), com oitenta anos nesta época - que incorpora perfeitamente a condição doentia da banda e acrescenta ingredientes indispensáveis que refletem tensas imagens de cinzas retorcidas, eclodindo numa música de beleza extrema.
Outros destaques deste magnífico álbum são: You and whose army, Morning bell/Amnesiac, Dollar e cents e Like spinning plates. Todas doentiamente magníficas.

Acrescentei ao álbum a faixa Paranoid android - original do álbum Ok Computer - numa versão orquestrada, do The String Quartet . Fiquei por demais impressionado com a beleza desta versão, em que os caras conseguem, em alguns momentos, ser tão fiéis, em se tratando de reproduzir com o violino alguns solos de guitarra extremamente loucos , pessoais e estridentes contidos na versão original; além de também conseguirem retratar instrumentalmente os subjetivos e agonizantes vocais de Thom Yorke. É uma versão exemplar.

MÚSICAS:

1. Packt Like Sardines In A Crushd Tin Box
2. Pyramid Song
3. Pulk Pull Revolving Doors
4. You And Whose Army
5. I Might Be Wrong
6. Knives Out
7. Morning Bell - Amnesiac
8. Dollars & Cents
9. Hunting Bears
10. Like Spinning Plates
11. Life In A Glass House

MÚSICOS:

Thom Yorke -(voz, guitarra, piano)
Jonny Greenwood -(guitarra, teclado, xilofone)
Ed O'Brien -(guitarra)
Colin Greenwood -(baixo)
Phil Selway -(bateria)


LINK: