NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

[RE POST] UFO-PHENOMENON-INGLATERRA 1974



O rock possui facetas incrivelmente variadas, caminhando por terrenos diversificados; misturas eletrizantes configuram um cenário apaixonante, principalmente no período que corresponde ao final da década de 1960, estendendo-se até ao final da década de 1970. 
Eu e meu grande amigo "Cabelinho" esboçamos uma louca teoria para tentar entender este fértil período, traçando uma trajetória da história da música, englobando todos os estilos, mas tendo como foco o rock e a MPB. Tudo surgiu a partir da ideia de tentar entender como se deu o processo de enriquecimento da arte musical dessa fase de ouro, resultando no que nomeamos Projeto Hofmann & Stoll  (o que inspirou o nome deste blog). Nosso grande amigo Diegão juntou-se a nós e começamos a formular os mais loucos possíveis motivos que teriam dado origem à tamanha criatividade aflorada dentre os artistas daquela época. Portanto, após inúmeras sugestões, focamo-nos em duas principais teorias: 
- a primeira foi que Deus lançou no ar uma espécie de purpurina que contaminou os artistas do mundo todo com uma dose excessiva de criatividade, o que explicaria a grande quantidade de álbuns magníficos que surgiram durante todo o período; 
- a segunda, foi que, se Deus não existe, então a causa mais provável teria sido uma porção mágica criada por Hofmann e Stoll, o LSD. Albert Hofmann e Arthur Stoll eram químicos suíços, que em 1938, sintetizaram o LSD para fins medicinais...e, a partir daí, creio que todos saibam o desfecho.
No decorrer deste período, surgiu essa banda sensacional que, sem dúvida alguma, foi totalmente tomada por tal magia, quer seja entorpecente ou divina.
Com estilo notadamente distinto dos dois primeiros álbuns, apresentando um hard rock, eu diria, mais ameno, um tanto mais sóbrio - sem, no entanto, perder a essência, a ousadia -, acertaram na veia, apresentando uma atmosfera mais melodiosa e apelando mais para músicas embebidas em refrões - sem que isso comprometesse a qualidade, pois nesse quesito eles eram magnificamente criativos. Esta mudança coincidiu com a entrada de um novo integrante no grupo, o genial e tremendamente melodioso guitarrista Michael Schenker (ex Scorpions).
Assim como os magníficos refrões, os solos de Schenker têm o dom tocar com a alma, o que lhe conferiu, além de tremenda versatilidade, incríveis toques de sensibilidade, com frases musicais que percorrem uma linha muito consistente e consciente; fato este, em que facilmente pode-se emprestar-lhe a designação de grande guitarrista.
Entretanto, na minha opinião, o grande nome da banda é o vocalista Phil Mogg. Este cara, além de belíssima voz, trazia em sua bagagem algo um tanto difícil de descrever, visto que é de ordem sentimental, portanto muito subjetivo. É como se sua voz, depois de gerada por vibrações das cordas vocais, passasse por uma espécie de catalisador que estimula, que confere algo além de um simples som agradável, além do cogniscível; é algo que sustenta rara beleza - independente do significado puro e simples da linguagem intelectual, cantada -, que transcende; é a personificação da linguagem sonora, que é universal, independente de significados diretos.
A literatura geral trata deste álbum, citando sempre as faixas Doctor Doctor e Rock Bottom como as principais, portanto, para expressar minhas considerações sobre a banda, sobre o vocalista, destaco as faixas Crystal Light e Queen Of The Deep, mas, por todo o álbum, creio que seja de fácil percepção. Ressalto que tudo parece depender do contexto que expus acima, ou seja, toda expressão de sensibilidade que se dá, de Michael Schenker, de Phil Mogg e de todo o conjunto, são em função do milagre sessenta setentista; sempre um em função do outro, dentro deste contexto; e repito: quer seja um milagre entorpecente ou divino. Ou não!


02-Crystal Light

10-Queen of the Deep


MÚSICOS:

-Phil Mogg - Vocais
-Andy Parker - Bateria
-Michael Schenker - Guitarra
-Pete Way - Baixo


MÚSICAS:


1- Oh My
2- Crystal Light
3- Doctor Doctor
4- Space Child
5- Rock Bottom
6- Too Young To Know
7- Time On My Hand
8- Built For Comfort
9- Lipstick Traces

10- Queen of the Deep




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