NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sábado, 7 de agosto de 2010

MIASMA AND THE CAROUSEL OF HEADLESS HORSES-PERILS-INGLATERRA 2005




O lamentável cenário de desvalorização da boa utilização da bateria no arranjo da maioria dos estilos musicais, fez com que eu me tornasse um cético quanto à produção de música de qualidade, a partir da década de 1980.
Eu tenho estado desanimado, diria preguiçoso, para ouvir o que se produziu a partir da citada década. Confesso que isso fez de mim um "radical", pois estou ciente de que posso estar perdendo a oportunidade de desfrutar ótimas obras que foram produzidas neste período. Acredito realmente que exista, porém desanimo em tentar, pois face a decepção quando deparo-me com timbres medíocres de bateria.
Felizmente, ultimamente tenho esbarrado em algumas preciosidades produzidas durante o período a que me refiro. Uma delas é o álbum que apresento agora.
O Miasma é uma espécie de "banda paralela" do grupo de rock progressivo Guapo (outra ótima banda do período citado acima). O guitarrista Daniel O'Sullivan e o baterista David Smith são os fundadores deste projeto que é todo instrumental.
O som do Miasma apresenta uma proposta que o distingue do Guapo, mormente pelas composições mais melódicas, além de ser caracteristicamente menos pesado. Há certo abandono da ótima influência crimsoniana (era Bruford), tão marcante no Guapo. Digo, "certo abandono", pois, até certo ponto, ainda se percebe tal influência.
Temos uma banda que é exemplar para a ideia de que nem tudo está perdido - como eu mesmo pensava. É exemplar, também, para que não aceitemos desculpas de músicos que nos empurram lixo sonoro, alegando que os tempos mudaram e que seguem tendências modernas. Ora, se o Miasma nos apresenta música moderna com qualidade - ressuscitação da bateria, melodias inspiradas, bons arranjos, etc. -, por que tanta porcaria se escondendo atrás desculpas ridículas? Com esse argumento, somos levados a crer que música moderna é sinônimo de ausência de qualidade. O Miasma surge para refutar essa noção. Apresentam uma música honesta e bem trabalhada. São melodias belíssimas num contexto sonoro magnífico, recheado de belíssimas viagens com violinos, e que dá muito trabalho para ser realizado. Talvez seja esse o ponto fundamental: trabalhar muito para produzir música de qualidade.

03 - Peacock the Heretic

MÚSICAS:

1. Blackening: Crows Templar
2. The Mage
3. Peacock the Heretic
4. Perilous Fathoms
5. Rabbits Foot
6. Whitening: Foxes Templar
7. Gypsy Funeral: Hark! From The Tombs A Doleful Sound
8. The Pale Staircase
9. Iridescence: Peacocks Tail
10. Asmodius Arise
11. Reddening: Blood of the Pelican
12. The Optician
13. Ouroboros: Phoenix Rising

MÚSICOS:

Daniel O'Sullivan-guitarra e harmonnium
Sara Hubrich-violino e viola
Orlando Harrison-piano e órgão
David Ledden-baixo
David Smith-bateria
Jamie Gomez Arellano-engenheiro de som

Participação:
Sarah Measures-flauta

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