NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

domingo, 19 de setembro de 2010

[REPOST] EUMIR DEODATO-PRELUDE-BRASIL 1972



Lamentavelmente o link dessa postagem teve que ser retirado devido a reclamações dos detentores de direitos autorais, portanto aconselho aos visitantes que encontrem outra maneira de conseguir esta obra maravilhosa.

Assassinaram a música? Se não, onde foi parar? Onde estão os mágicos momentos sessenta e setentistas? Por que "tudo fugiu, tudo mofou"? Será que"sou eu que amo o passado e que não vejo que o novo sempre vem"?
Sim, eu estou amarrado ao passado, mas como me livrar dessas amarras, se lá é que está a verdadeira expressão do belo. Não apenas me considero cético, mas percebo que fui induzido. Vi as três últimas décadas passarem sem suspiros expressivos que me tocassem os ouvidos. Além de que, assisti à decadência de praticamente todos os gigantes. Só não pereceram os que mantiveram-se estáticos e desalentaram-se à nova era de desamor à música.
Quisera eu não ser cético, mas acreditar em ressurreição. E pudera eu não assistir décadas de INVOLUÇÃO. Em verdade, não quero ressurreição (apesar de que, é melhor que nada), quero é revolução. Não quero meus heróis fazendo tudo de novo; quero é novos e velhos músicos fazendo música nova, mas música de qualidade; quero é EVOLUÇÃO.
"E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil. Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita", que tantas vezes não tenho tido paciência para ouvir neoprog. Também pudera, estou cansado de ter que contentar-me com sussurros de progressivo de qualidade; uma ou outra banda expressiva; uma ou outra boa passagem em um ou outro álbum; raros arranjos de bateria decentes.
Enfim, "estou farto de semideuses". Quero novos "PRELÚDIO", que marquem, que transformem, que inovem, que criem novas formas de qualidade para somar à arte musical.
Prelúdio pode ser considerado um marco na história da música, e, sem dúvida, um divisor de águas na carreira deste artista mutante que tanto contribuiu para a excelência da qualidade da música de seu tempo.
Neste álbum, Deodato demonstra toda sua maturidade, genialidade e maestria na desconstrução de Also Sprach Zarathustra de Richard Strauss. Uma versão em que empresta um ritmo funkeado, num passeio singular ao lado de passagens orquestradas deslumbrantes, fazendo referência ao original de Strauss.
Lembrando que esta não é a versão apresentada na "odisséia futurista" de Kubrick, cujo ano de lançamento foi 1968, ou seja, é um tanto improvável que Deodato tenha gravado a tal versão neste ano e lançado em seu álbum apenas em 1972. Tudo isso foi só para esclarecer, pois o compositor contratado para a trilha do filme foi Alex North, e de qualquer forma a versão é totalmente orquestrada de forma clássica; não tem nada a ver com Deodato.
Na faixa Spirit of summer é fácil observar o nível de maturidade de Deodato. O andamento é extremamente belo e os arranjos alcançam a divindade. E ainda temos um solo de viola que soa arrebatador, com uma energia inesperada. Numa rajada de surpresas, surge a melódica flauta como que uma continuação do solo de viola. Baixo, bateria e toda a orquestra fecham com triunfo esta música composta com tanta sensibilidade.


MÚSICAS

1 - Also Sprach Zarathustra - Richard Strauss
2 - Spirit Of Summer - Deodato
3 - Carly & Carole - Deodato
4 - Baubles, Bangles And Beads - Deodato
5 - Prelude To The Afternoon Of A Faun - Debussy
6 - September 13 - Deodato


MÚSICOS

Eumir Deodato (Piano, Piano Elétrico)
John Tropea (Guitarras)
Jay Berliner (Violões)
Hubert Laws (Flauta)
Marvin Stamm (Trumpete)
Ron Carter (Contrabaixo Acústico)
Stanley Clarke (Baixo Elétrico)
Billy Cobham (Bateria)
Airto Moreira (Percussão)
Ray Barretto (Percussão)