NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MÚSICA BRASILEIRA-ZÉ GERALDO-TERCEIRO MUNDO-BRASIL 1979


06 - Promessas de um idiota às 6 da Manhã

Nascido em Minas Gerais na cidade de Rodeiro, Zé Geraldo destilava sua poesia cheia de alegorias, em músicas que passeiam pela simplicidade do
regional e se misturaa a complexos arranjos com base no rock. As canções
são enfeitadas com simbologias e orquestrações. É música de quem tem as
bases fincadas no solo interiorano das Gerais, mas que nem por isso
deixa de ter a cabeça nas questões políticas e sociais da humanidade.


Logo na primeira faixa já ouvimos a força de seus versos: / Saí de casa
muito cedo / Os trapos na minha sacola / Camisa bordada no bolso / Na
mão direita, a viola / Principiava o mês de junho / O sol cinzento
anunciava o inverno / O peito vazio de tudo / E a mala cheia de amor
materno. Daí, entra o magnífico e comovente refrão: / Meu companheiro /
Que sai de casa e na vida cai / Com a as cassetadas desses anos todos /
Eu fiquei mais velho que meu velho pai /.

A poesia flui na forma pura e límpida, porém forte e enérgica, quando
ele canta:
/ Dona que traz no semblante a expressão do meu verso / Dona
da força que altera um placar adverso / Dona do anti-projeto que traça
e define o meu ponto futuro / Dona da lei que abole a vergonha do muro
/ Oh Dona, que consegue fazer transbordar o meu peito com o ar puro da
serra /.

Ele também canta sua poesia pura e inocente, que compõe o seu ideal de um mundo
melhor, em Leilão de Rodeiro: /Uma cesta de afeto e ternura / Um balaio com muita
bondade
/ Um paiol com coragem e bravura / Um bom bocado de dignidade / Muita
gente nos dias de hoje anda precisando / Quem dá o lance primeiro? /
Não precisa correr, tá sobrando / Pra arrematar no Leilão de Rodeiro.

Com seu vocal rouco cheio de personalidade e energia, ele canta com
paixão e poesia: / Olá você que carrega nas costas o fardo pesado que a
estrada do tempo amarelou / Que anda nas ruas olhando pro chão / Sem
coragem de olhar o ancião que passou / Que deixou sua barba crescer / E
voltou a usar sua roupa surrada / Que pensou que era dono de tudo / E
hoje uma simples palavra te mostra que o saldo atual é nada... Depois,
num apelo de redenção ele canta: / Mas e dái, ô cara / Você tem que
saber / Que apesar de tudo que anda acontecendo por aí / Você ainda
pode ser lírico, romântico, poético / E ainda ouvir o barulho do trem
na hora do amor / Uma lata de cerveja bem gelada / Um hamburger em
plena madrugada... /.

A faixa Terceiro Mundo tem um refinado arranjo orquestrado como pano de
fundo para uma base rock balada, em que rasga seus versos de
protesto, com muita paixão e entusiasmo: / Mas como é cego e profundo /
Este Terceiro Mundo / Que deixa sem força, sem corda e sem jeito / Mas
que mistério profundo / Este Terceiro Mundo / Tão frio e incerto /
Metade da glória... / Minhas asas cortadas / A mente cansada / O corpo
sem força, sem corda e sem jeito.../.

Acrescentei a este álbum outras duas musicas; a saber: Como Diria Dylan, do álbum Estradas (1980) - um magnífico manifesto de liberdade, sob a influência do grande mestre Bob Dylan; e Milho aos Pombos, do álbum Zé Geraldo (1981) - um digno e emocionante protesto contra o nosso alheamento frente aos problemas do mundo.

Milho aos pombos

Milho aos Pombos

Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
Queimando pestanas, organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas
Preparando na surdina suas mortalhas
A cada conflito, mais escombros

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
O pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Uma nova corrida do ouro
O homem comprando da sociedade o seu papel
Quando mais alto o cargo, maior o rombo

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Eu dando milho aos pombos, no frio desse chão
Eu sei tanto quanto eles, se bater asas mais alto
Morro como gavião
Tiro ao homem, tiro ao pombo
Quanto mais alto voam, maior o tombo
Eu já nem sei o que mata mais
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Se chega alguém querendo consertar
Vem logo a ordem de cima:
Pega esse idiota e enterra
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo



Eu não poderia deixar de citar a faixa Cidadão, de autoria do grande Lúcio Barbosa,
que ganha ainda mais força na voz
e na interpretação comovente de Zé Geraldo. O poeta Lúcio a compôs em 1976 numa
homenagem a um tio que era um pedreiro que não conseguia realizar o
sonho da casa própria. É uma das mais belas expressões de protesto
contra as diferenças sociais, numa linguagem acessível, e de impacto
desconcertante. Um grandioso poema que retrata a realidade brasileira e,
certamente, de tantas partes do mundo:

vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Oio prá cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso oiar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...


vendo aquele colégio moço
Eu também trabaiei
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa, fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha fia inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a sêca castigava
Mas do pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...


vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabaiei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"


LINK:

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MORNING AFTER-BLUE BLOOD-INGLATERRA 1971


Morning After é uma banda obscura do final da década de 1970, que nos deixou apenas este álbum como registro. Uma gravação um tanto precária, mas com bastante feeling, principalmente os trabalhos de guitarra, que são muito intensos.
Tentarei discorrer algumas linhas sobre este álbum, falando basicamente de duas faixas:
A faixa As Before transmite algo que poucas músicas conseguem. Posso citar,como exemplo, Nights in White Satin, do The Mody Blues, With You There to Help Me, do Jethro e Epitaph, do King Crimson. O que eu consigo captar é um misto de tristeza e agonia. Percebo que é um conjunto de fatores que contribuem para esta atmosfera. O vocal transmite uma sensação de cansaço e angústia, trafegando por uma melodia cúmplice. O instrumental corrobora, com a presença de um baixo triste, e um instrumento que é capaz de amplificar significativamente qualquer sensação de tristeza e angústia, o órgão. Para fechar o caixão, surge um instrumental agressivo, por conta da eficiente bateria e da marcante melodia do baixo, e da guitarra tensa e belíssima, sempre acompanhada da melodia fúnebre do órgão. Há também a incidental presença do que parece ser uma flauta (talvez seja o órgão mesmo) que contribui magnificamente com rara beleza mortuária. Acredito que a qualidade da gravação do álbum, que resulta num som abafado, oriundo da prcária mixagem, também contribua para o clima angustiante e sombrio.
-A faixa That’s the Way It Goes também segue a linha sombria, não apenas por ser um daqueles blues arrastados, mas também por tratar-se de aparente propósito, pois também dispõe daquele tal instrumento citado acima, o órgão; e de uma forma sutil, sorrateira e contínua. O vocal já carrega constantemente esta atmosfera, demonstrando perfeitamente a natureza da alma do cantor. Entretanto, fica com a guitarra o sensacional papel de, não só de chamar para si a maior parte da responsabilidade do clima triste, como também o da extrema genialidade da faixa. Para os ouvidos mais atentos, não será muito difícil perceber a incrível harmonia da guitarra com a bateria, principalmente durante o solo que tem início a partir do minuto 2:49, mais ou menos. A guitarra é de uma sutileza singular, extremamente melódica e refinada. A bateria cumpre seu papel com incrível precisão e obediência, e sem cometer exageros.

O blues é a inspiração predominante no álbum. Percebe-se um flerte com o progressivo, além de um passeio pelos acordes de um clássico da música erudita. Vale à pena conferir para saber qual.


02 - As Before


07 - Thats The Way It Goes


MÚSICAS:

1. Trying To Find My Way Back Home
2. As Before
3. Gonna Make It
4. Lonesome Road
5. Crying Shame
6. Look At Life
7. Thats The Way It Goes
8. Travelling Man

MÚSICOS:

Norman Hume-vocal e guitarra

Malcolm Hume-bateria

Ian Stocks-baixo

John McCormi-tecladoss

LINK:
http://www.multiupload.com/E70RVPM7W0

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MÚSICA BRASILEIRA-FAGNER E BELCHIOR-SORO -AGUAPÉ 1978



Para mais uma homenagem à música brasileira, apresento a música AGUAPÉ. Composta por Belchior, e interpretada por ele mesmo e Raimundo Fagner.
Esta música integra o grande projeto intitulado SORO, que foi idealizado por Fagner. Ele reuniu um grande time de artistas para esta grande pérola da música brasileira. Dentre eles estão: Geraldo Azevedo, Ferreira gullart, Cirino, Fausto Nilo, Pedro Soler, Patativa do Assaré, Nonato Luiz, Ricardo Bezerra, Manassés, Dominguinhos, Brandão e Abel Silva.
O projeto incluiu, além do LP, um pacote com 37 encartes com diversas ilustrações e poemas que são uma raridade à parte.

Aguapé é uma música extremamente cativante, tanto na composição, bem como no arranjo bem elaborado e, principalmente, na interpretação dos dois artistas. A letra é um poema de inspiração grandiosa. É do tempo que os dois se entregavam de alma inteira. Um verdadeiro clássico da nossa música. Fagner toca nesta faixa, além de violão, o magnífico baixo.
Em anos inesquecíveis da minha vida, eu e meu grande amigo Almirão, catávamos, bêbados, esta música pelas ruas que passávamos, quando voltávamos das noitadas, e também a ouvíamos em todas as nossas reuniões de domingo, todos os domingos. Bons tempos!





06-Aguapé - Belchior e Fagner





Companheiro que passas pela estrada
Seguindo pelo rumo do sertão
Quando vires a casa abandonada
Deixe-a
dormir em paz
Na solidão

Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras no seio ao passar
Vai espantar o bando, o bando buliçoso
Das mariposas que lá vão pousar

Esta casa não tem lá fora
A casa não tem lá dentro
Três cadeiras de madeira
Uma sala a mesa ao centro

Esta casa não tem lá fora
A casa não tem lá dentro
Três cadeiras de madeira
Uma sala a mesa ao centro

Rio aberto barco solto
Pau d'arco florindo a porta

Sob o qual ainda há pouco
Eu enterrei a filha morta
Sob o qual ainda há pouco
Eu enterrei a filha morta

Aqui os mortos são bons
Pois não atrapalham nada
Pois não comem o pão dos vivos
E nem ocupam lugar na estrada
Pois não comem o pão dos vivos
E nem ocupam lugar na estrada

Nada
A velha sentada o ruído da renda
A menina sentada roendo a merenda


A velha sentada o ruído da renda
A menina sentada roendo a merenda


Nada, nada...
Aqui não acontece nada, não
Nada
Nada
Nada
Nada, absolutamente nada

E o aguapé lá na lagoa
Sobre a água
Nada e deixa a borda da canoa
Perfumada
É a chaminé à toa
De uma fábrica montada
Sob a água que fabrica
Este ar puro da alvorada


Nada...
Aqui não acontece nada, não

Nada não
Nada
Nada, nada, nada, nada, nada, nada

Aqui não acontece nada, não
Nada
Nada
Nada
Nada
Nada, absolutamente nada


FICHA TÉCNICA:

Direção Artística: Raimundo Fagner
Coordenação: Ivair Vila Real
Direção de Produção: Fagner
Técnicos: Manoel Eugênio, Helinho, Nei e Pedrinho
Estúdio: CBS (Rio de Janeiro)
Montagem: Alencar
Mixagem: Manoel
Capa: Januário Garcia, Art & Manha, Fausto Nilo
Fotos: Januário Garcia
Design: Art & Manha
Direção de Arte: Géu



MÚSICAS:

1 Estrela ferrada
(Cirino)
2 Quatro prantos
(Nonato Luiz)
3 Canção de crioulos
(Abel Silva)
4 Choro acadêmico
(Nonato Luiz)
5 Primeiros anos
(Ferreira Gullar)
6 Aguapé
(Belchior)
7 Vida sertaneja
(Patativa do Assaré)
8 Peteneras
(Folclore Flamengo)
9 Passarim de Assaré
(Fausto Nilo - Fagner)
10 To bach and powel
(Geraldo Azevedo)
11 Coração condenado
(Stélio Vale - Fausto Nilo - Gracho)

LINK:
http://www.mediafire.com/?15v351v8sawu6qc

terça-feira, 30 de novembro de 2010

[REPOST] ELETRIC LIGHT ORCHESTRA-FACE THE MUSIC-INGLATERRA 1975



A "face da música" apresentada pelo grupo ELO ( Eletric Light Orchestra) é realmente algo digno de menção honrosa em todos os cantos do mundo, durante os 35 anos passados desde o lançamento deste álbum incrivelmente belo e melódico. Aliás, beleza e melodia são características intrínsecas desta banda magnífica.
São arranjos muito bem elaborados eclodindo num clima espacial, cuja orquestração de cordas tem um papel fundamental tal qual um fermento que incrementa, aumenta e qualifica toda a estrutura musical.
Cada elemento é milimetricamente delineado; a estrutura melódica tem frequência irrefutável em cada instante do álbum, a tal ponto de gerar controvérsias quanto à reputação da banda sobre o posicionamento a nível comercial. A minha opinião é de que o ELO atingiu um nível de qualidade altíssimo em suas composições, o que lhes conferiu um nível de aceitação de grande escala, sendo, desta forma, confundido como banda de caráter pop comercial. Encaro isso como uma injustiça, um excesso de radicalismo; exatamente como aconteceu com o Supertramp. Nestas duas bandas, houve sim uma mudança no estilo, não para um enfoque mais pop, e sim para composições talvez menos elaboradas frente a um contexto progressivo apresentado outrora, porém foi alcançada uma excelência de qualidade das composições, o que eu diria que foi um ganho e não uma perda - pois já nesta época e posteriormente, assistiríamos mudanças de várias bandas para estilos de qualidade duvidosa. Mais vale uma banda que apresenta trabalhos incrivelmente satisfatórios e criativos, do que a pretensão de obras forçosamente progressivas, digo, sem qualidade, só para que continue enquadrada em um determinado contexto.
Eu diria ser impossível não se render à excepcional criatividade e sensibilidade de composições como Fire on Right, Evil Woman, Nightrider, Stranger Magic e One Summer Dream; quer seja no campo instrumental como no vocal. Nestas músicas, muito acima de suposto caráter comercial, estão a genialidade e qualidade capazes de suplantar quaisquer preconceitos.

01- Fire On High

03- Evil Woman

MÚSICAS:

01. Fire On High – 5`30
02. Waterfall – 4`27
03. Evil Woman – 4`19
04. Night Rider – 4`23
05. Poker – 3`31
06. Strange Magic – 4`29
07. Down Home Town – 3`54
08. One Summer Dream – 5`47

MÚSICOS:


LINK:

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PASSPORT-PASSPORT-ALEMANHA 1971


Há mais de um ano, no dia 19 de outubro, tive o enorme prazer de postar o álbum Cross Collateral, que é o quinto do Passport.
Hoje eu trago o primeiro álbum da banda. Este é um trabalho que se distingue relativamente do Cross Collateral, e também dos demais álbuns da carreira do Passport.
A grande diferença neste álbum, é que a formação da banda é totalmente distinta, com excessão do Klaus Doldinger, é claro. Já no lançamento do segundo álbum, somente ele permaneceu.
O que caracteriza este álbum, é o jazz-rock instrumental de sempre, mas com a presença um pouco maior do progressivo, em relação aos outros álbuns. Este fato pode ser percebido principalmente na primeira faixa, por conta de algumas variações interessantes no andamento da música.
É uma banda muito competente, que apresenta um som marcante, com o peso do rock alemão. São músicos bastante experientes e muito entrosados. Apesar do sax de Doldinger ter bastante destaque ao longo do álbum, a presença de todos os instrumentos é muito bem distribuída e altamente eficaz, com a atuação sempre respeitadíssima do baixo e da bateria; o que torna o som da banda uma ótima experiência.
A terceira faixa é uma deliciosa e curiosa homenagem ao Black Sabbath, tendo uma introdução que não deixa dúvida alguma, eu acho.

01-Uranus

03-Hexensabbat


MÚSICAS:
1. Uranus
2. Shirokko
3. Hexensabbat
4. Nostalgia
5. Lemuria's dance
6. Continuation
7. Madhouse jam

MÚSICOS:
Klaus Doldinger - alto, soprano & tenor saxes, keyboards
Jimmy Jackson - organ
Olaf Kübler - tenor saxophone, flute
Udo Lindenberg - drums
Lothar Meid - bass guitar



LINK:
http://www.multiupload.com/9AV9MO8UHY

MÚSICA BRASILEIRA-GERALDO AZEVEDO-BICHO DE SETE CABEÇAS






A partir desta data, vou postar algumas homenagens a músicos brasileiros. Desta forma, colocarei algumas músicas para audição on line.
Para a inauguração teremos Bicho de Sete Cabeças II, de Geraldo Azevedo, em duas versões: a original de 1979, do álbum Bicho de Sete Cabeças, com participação de Elba Ramalho; e a versão ao vivo instrumental de 1994, do álbum Geraldo Azevedo Ao Vivo.
Esta música é um clássico da música brasileira, e Geraldinho demonstra todo seu virtuosismo no violão, na versão instrumental. É realmente impressionante sua forma de tocar. Uma belíssima combinação de harmonia, velocidade e sensibilidade melódica, num arranjo maravilhoso para violão.



A música Bicho de Sete Cabeças serviu como inspiração para o nome do filme Bicho de Sete Cabeças, de 2001. Um agonizante e premiado filme, que foi inspirado no livro Canto dos Malditos, de Austregésilo Carrano Bueno, em que ele relata sua própria história. Estrelado por Rodrigo Santoro, o filme denuncia o caos social brasileiro, abordando temas muito relevantes, tais como: a intolerância e falta de preparo dos pais na educação de seus filhos, a hipocrisia da sociedade diante das drogas e a decadência do sistema psiquiátrico brasileiro.

Bicho de Sete Cabeças (ao vivo)


Bicho de Sete Cabeças II

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça cresça e desapareça
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé não tem cabeça
Não dá pé não é direito
Não foi nada eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças
Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PELL MELL-RHAPSODY-ALEMANHA 1975





Eis mais um magnífico registro desta banda extraordinária. É o terceiro, de um total de cinco álbuns de estúdio. O primeiro e o quarto já foram postados aqui no blog.
Para quem espera muita novidade, antecipo que a fórmula é a mesma dos álbuns anteriores a ele. O que para mim é um ponto fortíssimo, pois eles conseguem manter o nível de qualidade impecável, tanto na escolha das melodias, quanto na perfeita harmonia, e também nos arranjos.
Há quem diga que o Pell Mell não é original, por se apossar de passagens de obras consagradas da música clássica. Ora, quero que me apresentem um número razoável de bandas progressivas deste período, ou de quaisquer outros, que não se utilizaram dos mesmos artifícios para elaboração de suas próprias obras. Eu diria até, que este é um pressuposto básico do estílo "Música Progressiva Sinfônica". Em meu razoável conhecimento do estilo, vejo que há apenas bandas que são mais, ou menos influenciadas pela música clássica; que utilizam mais, ou menos passagens de obras dos grandes mestres do passado.
Quer seja, quer não, plágio, o que importa é que é música de qualidade, e de altíssima qualidade. De qualquer forma, são releituras que, em muitos casos, superam as própria obras originais, na minha opinião - como é o caso de The Moldau do primeiro álbum (já postado aqui, e com audição on line). É isto que importa. Eu, como amante do estilo progressivo, sou muito grato pelas bandas que fazem plágio ou, quer seja, alusão às melodias imortais da "Grande Música"; desta forma, fazendo da música progressiva, a "Grande Melhor Música".
Enfim, este é mais um maravilhoso registro desta magnífica banda.
Deixo duas amostras para audição on line, e chamo atenção para o solo de guitarra do minuto final da faixa Desert in your Mind.

05-Desert In Your Mind



06-The Riot



MÚSICOS:


Thomas Schmitt - flutes, violin, electric guitar, keyboards, vocals
Rudolf Schön - vocals 
Ralph "Flipper" Lippmann - guitars, keyboards, vocals
Cherry Hochdörfer - keyboards
Cornelius "Mitch" Fniesmijer - drums
Götz Draeger - bass

LINK: