NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". "Vida sem música é um equívoco". NIETZSCHE

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

TROYA-POINT OF ERUPTION-ALEMANHA 1976



Eis mais uma sensacional banda alemã, com um raro álbum de música progressiva de qualidades fantásticas. O vocal transmite certo quê de folclórico, e, assim como o instrumental, uma agradável dose de melancolia. Tem o instrumental muito peculiar, proporcionando viagens "espaciais" alucinantes ao som de guitarra, baixo e órgão muito competentes. As composições são belíssimas e muito requintadas, com momentos mágicos que nos dão a sensação de instantes bastante familiares, porém muito esquivos. 
Mais um daqueles raros álbuns que apesar de  já terem ultrapassado os meados da década de 1970, mantiveram as raízes fincadas no início dela, no que se refere à atmosfera sonora e aos arranjos, principalmente os de bateria. 
Um destaque especial para as duas primeiras faixas, pois encontramos um arranjo de bateria um tanto incomum. As batidas são extremamente exageradas, ou melhor, magnificamente exageradas. O baterista foi muito feliz em fazer parte desta banda, pois teve a oportunidade de realmente mostrar seu trabalho, de forma destacada. Não que isso faça dele o melhor do seu tempo - pois havia centenas de exímios bateristas contemporâneos a ele -, apenas foi uma feliz opção da banda dar tanto destaque a este magnífico instrumento; e ele correspondeu, mostrando do que era capaz. 
Quando falo de exagero, não me refiro a solos em que só é tocado este instrumento, ou seja, sem acompanhamento de nenhum outro, daqueles longos que são muito comuns no rock e no jazz - e que, por muitas vezes, são muito chatos, principalmente quando interrompem e atrapalham o bom andamento das músicas. Falo de uma bateria disposta de forma extremamente destacada dentro da música, como se solasse dentre a execução dos outros instrumentos; não como mero instrumento de acompanhamento, mas como um que ultrapassa os limites da "cozinha", adentrando pela "sala", e é recebido com muito mais respeito, e muito bem colocado. Esta façanha é claramente proporcionada, principalmente, pela ótima mixagem que permite ênfase da bateria nos momentos mais oportunos.
Este tipo de arranjo de bateria assemelha-se aos que eram feitos pela banda Eloy, porém, na segunda faixa, a coisa é um pouco mais intensa, e o timbre usado pelo baterista é um tanto distinto. É realmente uma coisa fantástica.
Nesta minha resenha, quase não se percebe minha apologia exacerbada à bateria, eheh! 


01 - She
 


02 - Battle Rock



MÚSICAS:


1-She
2-Battle Rock
3-Chromatik
4-Festival
5-Sinclair
6-Choke 



MÚSICOS:


Elmar Wegmann / guitar, flute, vocals
Klaus Pannewig / drums, glocken, vocals
Wilhelm Weischer / bass
Peter Savelsberg / organ, mellotron, and e-piano



LINK:
http://www.multiupload.com/OSPTZHW4P6

2 comentários:

Roderick Verden disse...

O disco é bom, sim! Tenho-o em mp3.
Creio q não conheci ninguém q observe tanto o trabalho de bateria como vc. Fausto.

Quanto aos longos solos de bateria, pouquíssimas pessoas gostam. Eu gosto, mas não tanto como gostava no passado(acho q quanto mais velho fico, mais ranzinza...rs). Realmente, ouvir um solo de 5 minutos de batera, é cansativo. Alguns solos chegam até a 10 minutos. rs

faustodevil disse...

Grande Roderick,

É meu amigo, eu realmente sou muito fã da batera, e vai muito além disso. Eu tenho uma teoria que coloca a negligência com os arranjos de bateria, como um dos pilares da decadência de alguns estilos musicais, mormente o rock.
Esta decadência teria começado ainda no final da década de 1970, atingindo o ápice na década de 1980.
O que eu tenho dessa teoria, são esboços, rascunhos ainda; com uma ou outra pincelada em algumas postagens aqui do blog.
O dito Projeto Hofmann & Stoll tem como objeto o "processo criativo" que teria originado a genialidade dos músicos do período que corresponde às décadas de 1960 e 1970, ou seja, "como se deu o processo de enriquecimento da arte musical dessa fase de ouro" (vide postagem do UFO). Entretanto, também o processo de "decadência desse período" é parte do objeto, ou seja, é de interesse do Projeto. Portanto, a "teoria da decadência da bateria" é parte indissociável do processo de decadência da citada "fase de ouro".
Espero ter tempo e capacidade para, talvez um dia, concluir todo o Projeto, e publicar aqui no blog.